Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação

 

O deputado, Daniel Silveira, preso pela PF por ataques ao STF,  segue roteiro conhecido. Deu certo com quem o comanda. Ainda vai ser glorificado pela estupidez  ensandecida da massa de devotos de ignorância medieval, pelas sandices delinquentes que declara e comete. Daniel Silveira teve seu minuto de fama. Agora terá que arcar com as consequências.

Se ficar impune, na próxima eleição pode  acabar obtendo votação maior que a que o elegeu. Investigado pelo STF tem a sorte de ver seu destino agora nas mãos do presidente eleito da Câmara dos Deputados,  que não é  investigado, já é réu  por decisão da Alta Corte. É o País que viceja em delírios.

O vídeo com ataques ao STF e seus ministros pode ter agradado ao presidente,  a seus filhos e ao entorno de muitos alucinados. Mas ele submete a Câmara a um desgaste público ainda maior do que já há se não houver punição ao deputado, se se  comportar com leniência ou no máximo, tentar abrandar a gravidade dos ataques que ele fez, em que pese até mesmo os ânimos  desfavoráveis que existem em parte da população em relação à decisões do STF e de alguns de seus ministros.

Não contribui com pretenso empenho do governo em aprovar projetos que possam criar ainda mais desgastes, a começar já pelos decretos das Armas e munições. Além do esperado escambo que caracteriza o Centrão quando trata da pauta do governo no Congresso,  vai ter que fazer os deputados vencerem receios de novos desgastes e de vergonha.

UM DEFENSOR INDESEJÁVEL

Ainda que não tenha dado procuração, o que é de supor que jamais o faria, o ex-comandante do Exercito, general Vilas Boas, deve estar em bom senso bastante incomodado  ao se ver defendido por gente com  qualificação desse deputado carioca preso por ataques ao STF, provavelmente miliciano, a quem tudo parece se resolver com a  primitiva e instintiva violência. Não deixaria de ser oportuna uma nova twitada, dessa vez em defesa do bom juízo, dele, do STF e da democracia, ainda que haja controvérsias.

É de se crer que o ex-comandante do Exército não necessite desse tipo de gente que o defenda. Não que tenha importância, mas muito ajuda quem não atrapalha. (Alceo Rizzi, jornalista).