Pedro Ribeiro
(Foto: Bruno Slompo/CMC)

Embora sem afirmar ser candidato, pois disse depender de aprovação da esposa, o ex-governador Beto Richa (PSDB), saiu de casa, depois de três anos afastado da política, para mostrar à sociedade paranaense sua indignação em relação ao abuso de poder. “Eu fui vítima de uma grande violência. O processo que fizeram contra mim a 20 dias da eleição, que fique claro, não foi um processo jurídico. Foi um processo político eleitoral para caçar minha candidatura”, desabafou em entrevista nesta quinta-feira ao repórter Beija Flor, da TV Band Maringá.

Richa afirmou que sempre confiou na justiça e que tinha certeza que com a evolução das investigações, dos depoimentos, subindo para a “corte superior da justiça, onde se observa mais as leis, onde se respeita a constituição, que a verdade apareceria. Então esses processos estão sendo anulados, trancados, alguns caminhando para a justiça eleitoral, onde lá também será devidamente esclarecido”.

O ex-governador disse que “não tem espírito de vingança, não tenho ódio de tudo o que fizeram comigo e a covardia do que fizeram com a minha mãe, invadindo a casa dela e com a minha mulher, onde também invadiram minha casa, fortemente armados e eu e minha mulher fomos sequestrados a 20 dias da eleição, não respeitaram a lei e também se revelou um gravíssimo desrespeito à democracia quando fraudaram a vontade soberana e livre do eleitor poder escolher os seus representantes”, comentou.

Segundo Richa, enfim a justiça está aparecendo. “Eu tenho Deus no coração, entreguei nas mãos dele em um determinado momento em que eu me vi impotente para me defender e eu adotei o silêncio para poder ter paz, para atender os meus algozes, os meus perseguidores e para que dessem um pouco de sossego para mim e para minha família. E agora, atendendo o convite de muitos amigos, muitas lideranças, não só do meio político mas empresariais, do setor produtivo da sociedade que conheceram bem a nossa participação na vida pública como prefeito da capital eleito e reeleito com a maior votação da história, fui eleito o melhor prefeito do Brasil, estou saindo e conversando”.

Embora sem citar nome, provocado pelo repórter sobre o outdoor da Lava Jato, Beto Richa se referiu a um procurador do Ministério Público como sendo o principal mentor das contradições contra ele. “A obsessão dele desde que entrou… E esse é um fato verídico. Isso ali ele tem uma série de crimes tipificados na confecção desse outdoor. Primeiro que ele feriu o princípio da impessoalidade. Qualquer governador e prefeito que age dessa forma eles são os primeiros a meter uma ação pesada. Mas não foi só isso. Foi também falsidade ideológica, porque ele pegou um CPF de uma pessoa desconhecida e colocou no nome dessa pessoa. E já foi prestar depoimentos à polícia federal e confessou “doutor, eu nem sei o que é esse outdoor. Não tenho nem dinheiro para confeccionar um outdoor desses”, respondeu o ex-governador.

O outdoor foi instalado na região do aeroporto Afonso Pena, saudando as pessoas que chegam a Curitiba e a foto de todos os procuradores, de braços cruzados. O mentor desse outdoor, o procurador Diogo Castor, foi afastado da lava jato no conselho nacional do MP pediram sua demissão justamente pela propaganda. “Eles não sabem do resto que ele aprontou até agora. Ele me sequestrou, foi na minha casa conferir, ter o prazer de massagear o seu ego, participou de toda a operação na minha casa e agora tá nessa situação”, denunciou Richa.