Pedro Ribeiro
(Foto: Foto: Vinícius Perbichi / Fundação Bienal de São Paulo)

A polêmica concessão de rodovias no Paraná, que se arrasta por mais de 20 anos, chega ao seu final. Porém, encaixa-se nesta história mais um capítulo que deverá perdurar por mais 30 anos, com a aprovação pela Assembleia Legislativa do novo modelo de pedágio, cujo acordo foi firmado entre o governo estadual e o federal.

Houve reação de alguns deputados da oposição e da base de apoio do governo Ratinho Junior, por não concordarem com o andamento do processo que, para eles, falta transparência.

Quem avalia os termos do atual contrato do pedágio sustentam que existem algumas diferenças em relação às concessões feitas no governo Jaime Lerner, em 1998.

Hoje, os serviços iniciais serão pequenos. Serviços iniciais são a recuperação das estradas antes da cobrança do pedágio. Anteriormente, as estradas estavam acabadas. Poucos lembram, mas estavam intransitáveis.

No pedágio recente, isso praticamente não existe. O prazo anterior para os contratos era de 24 anos e o atual tem prazo de 30 anos.

Muitos investimentos já foram feitos nos antigos contratos. Mas a grande diferença está na TIR (Taxa Interna de Retorno) que é a remuneração do capital investido e que será amortizado ao longo do contrato. É uma espécie de taxa de juros que se paga à concessionária para ela investir antes e receber ao longo do contrato.

A TIR dos contratos antigos era por volta de 20%. Quando os contratos foram assinados, a Selic era de 45% ao ano e a TIR ficou alta para se investir numa concessão e não em títulos do Governo Federal.

Hoje, a Selic estimada para o final de 2021 é de 8%. Não se sabe quanto foi considerado de TIR para os novos contratos, mas deve ser algo em torno de 10%.

Tudo isso baixa a tarifa. Nos cálculos de um analista, deve ficar algo entre 50 a 60% da atual.

Provavelmente, houve um acréscimo de tráfego acima do estimado nos contratos antigos, que previam um crescimento de 3% ao ano.

As tarifas serão menores. Só não vai ter milagre. Nenhum empresário joga dinheiro fora.