
Prova de fogo de Moro no Ceará. Crime organizado desafia governo
Pedro Ribeiro
08 de janeiro de 2019, 11:40
Enquanto as equipes do governo Bolsonaro pautam suas agendas em temas como segurança pública, reativação da..
Pedro Ribeiro - 08 de janeiro de 2019, 14:01
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Enquanto as equipes do governo Bolsonaro pautam suas agendas em temas como segurança pública, reativação da economia, acordos com Congresso Nacional, corrupção e demissões, lembramos que existem, hoje, no Brasil, perto de 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS) para fazer uma consulta, exame ou cirurgia e ninguém toca no assunto. De posse desses dados, o Conselho Federal de Medicina (CFM) entende que diante dessa demanda, a melhoria da qualidade da rede pública de saúde pode ser um desafio para o governo recém-empossado.
Se assistimos a cenas dantescas no Ceará, onde a bandidagem, do crime organizado, desafia o governo e toca terror, também nos deparamos que situações nada confortáveis em hospitais públicos, com pessoas esperando em enormes filas para serem atendidas e muitas delas acomodadas em corredores por falta de infraestrutura e pessoal qualificado, entre médicos, enfermeiros e atendentes. Estados e municípios cumprem, com orçamentos, a Lei de Responsabilidade Fiscal com atendimento à saúde mas ainda faltam recursos.
Outro desafio do novo governo é aumentar o acesso da população ao saneamento básico, já que a falta de redes de água e esgoto também onera os cofres da saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cada Real investido em saneamento gera uma economia de 4,3 reais em gastos com saúde.
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Para Ricardo Barros (PP-PR), que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer, o problema não está no montante de recursos para o setor, mas na gestão do sistema. "Se nós tivermos os agentes comunitários de saúde – todos eles técnicos de enfermagem – dando resolutividade à visita domiciliar e um bom modelo de compra de medicamentos, através de transferências tecnológicas que nos permitam reduzir custos, os recursos para a saúde serão suficientes para atender à demanda dos brasileiros", acredita ele.
Segundo a deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), integrante da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, estados e municípios já colocam mais dinheiro na saúde do que a Constituição obriga, mas os gastos sempre aumentam. "O orçamento da Saúde é limitado, a inflação nessa área é sempre maior do que a inflação geral em função do aumento dos insumos no setor, tanto medicamentos quanto materiais que normalmente superam a inflação", afirma.