Avatar

Por Alceo Rizzi

O que acontece no Rio de Janeiro, com o desdobramento do assassinato covarde e cruel do jovem congolês, é um caso emblemático do que poderia ser, talvez, a síntese exemplificada da prática política brasileira. É essa compulsão ao oportunismo a todo custo para demonstrar pretenso gesto humanitário e de grandeza e atrair simpatia da população, atônita e consternada diante de acontecimento tão torpe. 

Ainda que não seja apenas privilégio dos cariocas é o retrato do que prevalece em todo o canto do País, talvez com raras exceções de algumas lideranças. Parece que não há nada que não deixe de estar motivado pela esperteza e imediatismo da oportunidade de tentar tirar proveito, mesmo na tragédia.

Como faz a prefeitura do Rio ao anunciar a entrega da administração de dois quiosques da beira da praia, para a família do jovem assassinado, mesmo estando um deles em disputa judicial pela sua exploração entre o município e atual ocupante. Sem mencionar a pertinência de serem os mesmos quiosques do local do crime bárbaro, por onde rondam policiais militares e provavelmente amigos milicianos, que já andaram intimidando a família do jovem após o seu assassinato. 

O Rio, cada vez mais parece se empenhar em se tornar uma crônica policial. Parece que é o que menos importa. Com oportunismo cínico de sempre. 

A família da vitima, que se defenda depois, como puder para não haver mais vitimas. Nada mais hipócrita!

Alceo Rizzi é jornalista e colaborador do Paraná Portal