Pedro Ribeiro
Foto: Divulgação

Por Alceo Rizzi

Nações com economias mais poderosas do planeta gastam bilhões, acumulam trilhões de dólares em anos em arsenais bélicos na disputa para manter ou ampliar certa hegemonia na geopolítica do planeta e um simples, estúpido e devastador vírus surge para colocar em colapso todo um sistema de pretenso equilíbrio.

Países fecham suas fonteiras físicas na defesa de um inimigo invisível, agravam suas próprias condições pela paralisação na circulação e transporte de insumos e mercadorias, em trocas comerciais necessárias a sua sobrevivência, são obrigadas a uma curva de retorno, cuja sinalização pode não estar ainda em maior evidencia. Todas tentativas de derrubadas de fronteiras, Comunidade Econômica Europeia na evidência da tela, se deram no esteio do conceito e do fortalecimento de anseio econômico.

Está se desmanchando agora feito glacê, no ressentimento histórico e latent, até então refreado e dissimulado em todas as nacionalidades regionais, quando muitos talvez pudessem imaginar que a união também se faria no ombreamento solidário de todos diante de catástrofes humanitárias. Algo como um por todos, todos por um, na ilusão ainda que eventualmente desconfiada do código dos mosqueteiros.

Mercosul também nunca deu certo, arremedo de um plágio apenas, apesar de algumas perfumarias e determinadas condescendências. O inimigo invisível que desmancha esse castelo de areia planetário, desdenha a geopolítica, causa estragos nos países também ditos avançados e manda às favas todo o aparato bélico de tecnologia mais avançada mas inútil, pode não provocar uma nova ordem de poder e convivência.

Mas deixa um certo recado.

 

Alceo Rizzi, jornalista, escritor e publicitário