Pedro Ribeiro
(Foto: José Tramontin/Athletico)

Enquanto na Inglaterra e nos Estados Unidos há um alerta máximo para a covid em sua segunda onda, o Brasil procura agilizar o processo burocrático para vacinar a população, mesmo, aparentemente, contra a vontade de seu presidente.

No Paraná, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa estão unidas em termos orçamentários para canalizar recursos ao setor de saúde. Segundo o deputado Luiz Claudio Romanelli, somente a Alep destinou R$ 100 milhões para o Estado comprar a vacina, por entender que, nesse momento, o mais importante é cuidar e garantir a saúde dos paranaenses.

Outros R$ 100 milhões estão garantidos no orçamento no orçamento do Estado para reforçar os investimentos na área da saúde para combater o novo coronavírus e outras enfermidades que deverão aparecer como, por exemplo, a dengue.

O governador Ratinho Junior está atento às negociações para compra de vacinas. Ele esteve na semana passada no Instituto Butantan e Fiocruz para acompanhar o início da vacinação no país.

O Basil está próximo do início do processo de vacinação contra a covid-19. Na sexta-feira passada, o Instituto Butantan e a Fiocruz pediram à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o uso emergencial de suas vacinas, a Coronavac e a AstraZeneca/Oxford.

No ofício à Anvisa, a Fiocruz solicitou autorização para importar 2 milhões de doses da vacina, bem como para produzir aqui 100 milhões de doses no primeiro semestre e mais 110 milhões no segundo semestre.

No caso da Coronavac, há previsão de que ela seja utilizada para imunizar toda a população do Estado de São Paulo, segundo o Plano Estadual de Imunização. Além disso, estão em curso negociações para sua utilização em todo o País.

Desde o ano passado, a covid-19 já matou mais de 1,9 milhão de pessoas e provocou enormes estragos sociais e econômicos no mundo inteiro. No Brasil, já são mais de 200 mil mortes.

Os pedidos de autorização à Anvisa são, portanto, motivo de grande esperança.

Na batalha para vencer a pandemia, não basta dispor de alta tecnologia biomédica. É preciso empenho da sociedade e do poder público, nas três esferas. Medida essencial, por exemplo, é assegurar que informações claras e precisas cheguem a toda a população.

As famílias precisam estar bem orientadas a respeito da função e dos limites da vacina no combate à covid-19. O distanciamento social, as medidas de higiene e o uso de máscara continuam sendo necessários – vitais, mesmo.

“Uma vacina tem papéis diferentes em situações normais e em situações pandêmicas como essa”, disse ao jornal Estadão, Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan. “Temos de lembrar que estamos perdendo pessoas. Uma vacina nesse momento vem para diminuir a carga da doença, para impedir que as pessoas uma vez infectadas desenvolvam a forma grave da doença.”