Pedro Ribeiro

Os hospitais do Paraná têm enfrentado sérias dificuldades para abastecer os estoques de medicamentos sedativos, fundamentais para atender pacientes internados em UTIs covid-19. O risco de faltar esses itens é real e foi alertado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quinta-feira (16), durante reunião com o Ministério da Saúde.

A situação é mais grave em relação a cinco medicamentos utilizados para intubação dos pacientes: Cisatracúrio, Atracúrio, Norepinefrina, Midazolan e Fentanila. Estima-se que o consumo desses fármacos tenha aumentado em 500% nos últimos meses.

Durante a reunião, o secretário Beto Preto questionou o Ministério da Saúde sobre o fato do Paraná não estar na lista de Estados que serão contemplados nos próximos dias com esses medicamentos. A compra foi centralizada pelo governo federal.

“Recebemos agora há pouco, do Conass, a notícia a desta primeira etapa e nós ficamos de fora. Precisamos estar juntos neste momento, senão nós vamos ficar desabastecidos”, alertou o secretário. Há também uma preocupação em relação às bombas de infusão, que servem para a administração de medicamentos e nutrientes em pacientes internados em UTIs.

Embora o Ministério da Saúde tenha anunciado que repassará recursos para que os Estados realizem a compra, o Paraná alega que tem dificuldades para formalizar a aquisição, porque tais bombas de infusão sumiram do mercado.

O deputado Michele Caputo (PSDB), que há mais de um mês vem alertando sobre o risco de desabastecimento em medicamentos, afirma que o Ministério da Saúde deve dar prioridade ao Paraná, diante da grave situação que o Estado vai enfrentar nos próximos dias.

“Estamos vivendo o pior momento da pandemia até agora. A curva se acentuou drasticamente, as pessoas estão adoecendo e a pressão no sistema de saúde será ainda maior. Por isso, não podemos deixar que falte medicamentos neste momento tão difícil”, reforçou o deputado, que é coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus na Assembleia Legislativa do Paraná.