Pedro Ribeiro

A Polícia Militar do Estado do Paraná, que já foi uma das corporações mais alinhadas do Brasil, sob o ponto de vista de fardamento e equipamentos de segurança própria, corre o risco de se transformar em farrapo.

Decisão do Governo do Estado, de não subsidiar mais a compra do fardamento e acessórios, como cintos e até mesmo coletes, poderá causar, futuramente, uma má impressão, ou seja, a de ver soldados fazendo policiamento nas ruas e avenidas das cidades paranaenses com calças puídas ou mesmo com remendos, já que eles, os policiais, dificilmente vão comprar uniformes com recursos dos seus próprios bolsos.

Por decisão da Secretaria de Estado da Segurança Pública, depois de parecer da Procuradoria-Geral o Estado que concluiu que o Governo do Estado não deve pagar pelos uniformes dos policiais, a partir de agora, os militares terão que adquirir seus próprios fardamentos que custam, em média, perto de R$ 4 mil, segundo informações da Vila Militar.

“Qual o soldado que vai gastar esta quantia, com os baixos salários que ganham e que estão sem reajustes há mais de um ano?”. Questiona o deputado estadual Coronel Lee que, em live nesta semana, criticando tal medida governamental, pediu a saída do secretário que é coronel do Exército.

Policial militar, bombeiro, agente penitenciário e policial civil tem que estar alinhado, bem vestido, para dar boa impressão junto à sociedade e não andar como um farrapo. O Governo do Estado deveria rever esta posição, já que ele, o próprio governo, subsidia várias atividades que, talvez, não tenham a importância de homens e mulheres que cuidam da segurança pública dos cidadãos.

Se o Estado não puder comprar o fardamento, o mesmo Estado não poderá cobrar se o soldado andar com as calças remendas. Quem sabe, a sociedade, mais uma vez, assumirá o papel do governo e ajudar a Polícia Militar a manter seus bravos homens e mulheres, incluindo os bombeiros, a ter fardas novas, intactas. Pelo menos isso.