Pedro Ribeiro
(Foto: Bruno Slompo/CMC)

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, sempre esteve ao lado da imprensa, seja ela grande ou nanica, nunca diferenciou, porque sempre foi bem atendido em suas demandas.

A mídia esteve ao seu lado quando foi prefeito pela primeira vez, sem falar em sua passagem pela Assembleia Legislativa, Ministério dos Esportes e Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado.

De repente, Greca virou as costas para a imprensa. Bastou descobrir as redes sociais para, a cada dois dias, emitir suas opiniões no Facebook ou Instagran. A velha mídia e os companheiros já não servem mais.

Greca, que tem ambições para sentar na cadeira do terceiro andar do Palácio Iguaçu, vai precisar da mídia, porque apenas as redes sociais não deverão elegê-lo governador, como almeja.

Vai precisar dos pequenos, médios e grandes jornais da capital e interior, além das emissoras de rádio e TV, nessa sua empreitada ao Governo do Estado.

Hoje, Greca não atende a imprensa, sua secretaria de Comunicação Social se transformou em núcleo de redes sociais com destaque ao marketing pessoal do prefeito. Ressalve-se a Agência de Notícias da Prefeitura que continua fazendo seu trabalho.

A decisão de Greca em se afastar da imprensa pode ser propositadamente sugerido pelo pessoal da comunicação dele que,  eventualmente, não saiba tratar demandas com visão mais abrangente de uma comunicação, no caso, pública, cujo dever é dar satisfação permanentemente e prestar contas à  opinião pública sobre atos, projetos e programas de governo em todas as áreas.

É, em síntese, a opinião pública,  formada pelos contribuintes que paga os impostos e sustentam a máquina pública, e que se informam por todos os meios e veículos,  a razão de ser da comunicação pública.

Rafael Greca fez isso de forma muito eficiente. Foi transparente na primeira gestão como prefeito e o resultado disso foi a estrondosa votação que obteve depois para deputado federal  e pelo fato de ter deixado a gestão com mais de 90% de avaliação positiva de desempenho que lhe conferiu a opinião pública.

Há uma geração recente, filha das redes sociais, e que por causa da tecnologia digital com a qual estão familiarizados, acredita que isso lhe confira competência e capacidade para trabalhar na comunicação pública.

Mas que no fundo,  pelo reducionismo com que se habituou, em deixar de fazer uso dos tradicionais instrumentos de imprensa, seja o de publicações de bairros, segmentadas, de rádio ou de outros meios, eles tenham deixado de ter importância.

É numa visão um tanto obtusa, que denuncia lapsos de entendimento e de formação que se exige para o bom desempenho profissional de quem se atreve, ou que mesmo acidentalmente, exerce algum cargo público voltado a prestar contas de uma administração pública.

Greca sempre foi obediente em relação à novos e pertinentes conselhos,  e também tem a percepção de que se deve prestar contas à população de tudo o que um gestor faz e que diz respeito ao dinheiro originado dos impostos que pagam.

Talvez a culpa não seja dele. Se ela existe, é  porque permite que assim se faça. Ou então pela escolha errada da pessoa a quem entregou a tarefa de se comunicar com o público.