Pedro Ribeiro
Foto: DER PR

 

Acusado por diversas vezes de ter participado das negociações para a compra, pelo governo, de vacinas Covaxin, o deputado federal Ricardo Barros fez depoimento nesta quinta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid disse, em alto tom, que “não aceita essa mentira”. A certa altura, o líder do governo na Câmara e o senador Renal Calheiro, relator da CPI, se exaltaram em discussão generalizada. Em meio à confusão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) chegou a suspender a sessão.

Questionado por diversos senadores sobre o motivo de ter proposto uma emenda que beneficiaria apenas a importação de vacinas indianas, o deputado se exaltou e disse que não fez emenda alguma para favorecer a Covaxin. “Eu não aceito essa mentira.” Barros também afirmou que não tem “relação pessoal” com o empresário Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos e da Global Gestão em Saúde, empresas investigadas por irregularidades em contratos firmados com o Ministério da Saúde.

O líder do governo afirmou também que a CPI da Covid “produziu efeito negativo” e “afastou empresas interessadas em vender vacinas” ao país, o que provocou reação dos senadores e fez com que Omar Aziz novamente suspendesse a sessão.

Barros saiu da sala para procurar a imprensa. “Meu direito de opinião não pode ser cerceado em nenhum momento. O que eu disse é que a CPI, através de sua forma agressiva, está afastando os vendedores do Brasil”, afirmou. Barros chegou a dizer que estava à disposição para voltar a depor, mas a cúpula da CPI decidiu cancelar a reunião e não retomar hoje o depoimento do líder do governo na Câmara.