O mesmo constrangimento em que foi vítima, com direito a esperneio até hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, também passou o ex-governador paranaense, Beto Richa, do PSDB, presos pela Polícia Federal em fases da Operação Lava Jato. O diferencial é que Lula foi condenado em primeira e segunda instância, enquanto Richa sequer recebeu intimação para depor.
Nesta madrugada de sábado, o ex-governador, sua esposa e outras 13 pessoas foram soltas por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Richa foi preso terça-feira e ficou no Regimento da Polícia Montada, no bairro Tarumã, em Curitiba. Fernanda Richa foi a primeira a deixar a prisão.
Fernanda Richa e outros 13 investigados da Operação Rádio Patrulha também foram libertados por ordem do ministro Mendes. Ao deixar o regimento da Polícia Montada, Richa, que é candidato ao Senado, lamentou sua prisão, questionando a credibilidade do seu delator, o também já condenado, Tony Garcia.
Apesar do constrangimento, o ex-governador disse que está de cabeça erguida e que continuará respondendo a todas as acusações. Segundo ele, a partir de hoje dará continuidade à sua campanha ao Senado Federal.
Richa e os 13 acusados foram presos por decisão o juiz Fernando Fischer. O Ministério Público investiga o pagamento de propina a agentes públicos que teriam participado de direcionamento de licitações de empresas, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Beto Richa é considerado chefe da organização criminosa que fraudou uma licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção das estradas rurais.