Pedro Ribeiro

 

O presidente Jair Bolsonaro vem deixando de lado a diplomacia que exige de um chefe de nação e voltando às origens de parlamentar do chamado baixo clero. Seu vocabulário chulo é mais assustador do que comunistas que comem criancinhas e que hoje, graças à sua incompetência, voltaram a levantar as bandeiras vermelhas em todo o país, como o ato que aconteceu na avenida Paulista, em São Paulo.

O jornalista Alceo Rizzi, com passagens pelos jornais O Globo e Gazeta Mercantil escreve com propriedade de analista em relação ao que acontece no Brasil sob o comando do capitão Jair Bolsonaro.

Festival de Impropérios

A linguagem de gangues de rua e de outros grupos delinquentes que exercem controle e domínio de guetos de marginalidade, nunca foi surpresa no vocabulário do presidente, mesmo quando exercia mandatos de deputado.

O que chama agora a atenção é a escalada que atinge o grau de exacerbação das ofensas e impropérios de quem parece fora de controle, acuado, emparedado pelas denúncias de corrupção no Ministério da Saúde e que surgem pela CPI da Covid no Senado, sem que se afaste a possibilidade, não de toda imponderável, de chegarem às portas de seu gabinete.

Só o tempo e as investigações é que vão dizer. Enquanto isso, o País ao que parece, vai ter que modular cada vez mais os ouvidos. Nada, indica que o desequilíbrio ensandecido, a febre abrasiva de sua mente perturbada e amedrontada não se acentuem com o que ainda pode ir sendo revelado pela frente. A tal ponto de haver necessidade e dignidade de ter que se tirar as crianças da sala. Como já acontece neste festival de impropérios que parece não ter

Entre dois amores

Além de não de responder a carta da CPI da Covid perguntando se ele foi avisado com antecedência do trambique bilionário da compra da vacina indiana, o presidente parece também andar apreensivo e sob efeito de outras emoções. O da dúvida que o imobiliza e trava seu rico e sofisticado vocabulário, sem saber se foi ou não gravado por ex-aliado que fez a denúncia ao visitá-lo em sua residência oficial, capaz de desmentir o que possa dizer.

Agora, a existência de suposto dossiê do diretor indicado pelo Centrão e demitido do Ministério da Saúde, envolvido na compra fraudulenta de outra vacina contra a Covid. Dossiê que revelaria segredos outros, de outras transações potencialmente danosas para seu governo e por gente de sua confiança, o que também o deixa em apreensiva emoção.

Antes, ia tudo muito bem. Algo como um plágio de letra do samba do compositor Nelson Sargento, a do “nosso amor é tão bonito, ela finge que me ama e eu finjo que acredito”.

Virou tudo ao avesso de ressentimentos, de amores divididos, ciumentos e mal resolvidos. Ou apenas uma questão de enxoval em disputa. (Alceo Rizzi)