Pedro Ribeiro

Por Alceo Rizzi

Que a operação Lava Jato, agora com os grampos clandestinos divulgados e havidos entre o então juiz e depois ministro e os procuradores do MP, entrou em zona cinzenta de credibilidade, com forte suspeição de condução indevida e à margem da lei, parece que restam poucas dúvidas. Ainda que não indulgencie os crimes praticados, nem o mérito de condenações eventuais, o que assombra é o propósito messiânico paralelo, o que também parece não deixar dúvidas, e que serviu de esteio à repulsa ao que havia, ainda hoje latente, e à divisão odiosa e polarizada do País. Por isso mesmo e ainda que possa, de direito, haver razões e motivos à reação, fica de certa forma à margem da compreensão o PT agora entrar com ação contra os integrantes da operação por “crime contra a segurança nacional”. Para o que serve, talvez algum teórico de cátedra formada em brochuras e cartilhas do partido explique, e também convença que a iniciativa não seja útil como um bálsamo a quem acusa, oxigênio extra para a repulsa. Não que tudo faça diferença aos que querem que ambos os lados respondam pelos atos praticados, de apropriação pecuniária indevida ou por delinquência eventual de ética propositadamente maleável e manipuladora, e por isso mesmo também criminosa. Agora, acusar, em vez de tentar anulação da condenação, a distância é lunar, apenas para registro. O Brasil virou de vez um Febeapa.

 

Alceo Rizzi é jornalista