Pedro Ribeiro

Ao decidir colocar fogo na pradaria, o ex-ministro Sergio Moro sabia, com certeza, das repercussões judiciais e políticas que suas denúncias causariam no país. O que precisa, agora, é provar, como sugeriu o presidente Jair Bolsonaro em sua defesa nesta sexta-feira nervosa de 24 de abril de 2020.

O Jornal Nacional, da Rede Globo, inimigo mortal, mostrou mensagens de whats em que Bolsonaro realmente insistia em ter conhecimento de investigações sigilosas da Polícia Federal supostamente de aliados e possivelmente de parentes (filhos).

Enquanto o país navega às cegas, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, embora silencioso, mas mostrando seu descontentamento com o governo, as redes sociais, que praticamente elegeram Bolsonaro estavam divididas, o que significa uma grande perda política para o presidente.

Bolsonaro perdeu mais uma grande chance de convencer a população se focasse seu pífio e patético discurso na crise da saúde, onde o país vem batendo recordes de óbito e o presidente não disse uma palavra sobre este crucial problema que vem tirando o sono de todos nós.

Na esfera do legislativo nacional, o deputado Rodrigo Maia, um dos maiores desafetos do presidente Bolsonaro convocou parlamentares para avaliar as denúncias feitas por Moro, as quais considera graves. Depois do encontro e da avaliação sobre o conteúdo das denúncias, irá determinar se há crime de responsabilidade para um pedido de impeachment.

Se Moro vai continuar na política ainda é prematuro afirmar, já que o ex-ministro disse que vai descansar. O que podemos dizer é que o paranaense, de Maringá, explodiu o Planalto Central com uma bomba de efeito moral, enquanto o presidente implodiu seu próprio governo.