Pedro Ribeiro

É difícil acreditar que um presidente da República, eleito pela maioria dos votos, não tenha a sensibilidade e a responsabilidade de levar a sério um problema que afeta diretamente o povo brasileiro que o elegeu. O que vimos, no domingo, foi um cidadão festivo que dava de ombros para a saúde dos brasileiros, dos impactos econômicos e sociais da quarentena que o país começa a enfrentar para frear os avanços do coronavírus.

É certo que a maioria dos brasileiros goste do presidente, que saia às ruas para carregá-los nos ombros, mas é errado colocar a saúde de milhões de cidadãos em risco. Quantos idosos – ou pessoas com idade acima de 60 anos – estão confinados em suas casas por conta da doença que, segundo pesquisadores, terá seu pico maior em abril e maio.

Diante desta irresponsabilidade do presidente Bolsonaro, mais uma vez a imprensa será a culpada, pois estaria perseguindo o presidente. Que o Congresso Nacional e as instituições do judiciário têm falhado com o país, é certo, mas existem outros meios para correção de rumos. Uma delas é o voto. E não se iludam, porque Maia será reeleito, o mesmo acontecendo com Alcolumbre.

Pelo que vimos, no domingo, a única coisa que parece interessar a Bolsonaro é seu projeto de poder que, neste momento, está acima do Brasil e dos brasileiros.