Pedro Ribeiro
Gilson Abreu/AEN

Ao se defender das acusações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que o acusou de tentar intervir na Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro preferiu, a seu estilo,mais atacar do que justificar ou efetivamente se defender das acusações. Antecipou, a um grupo de parlamentares, que eles iriam conhecer quem era Moro e que estaria mais preocupado com seu ego do que com os interesses do Brasil.

Em seu pronunciamento, afirmou que Moro aceitaria a troca do diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, pela indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). Moro, em sua fala, pela manhã, negou que teria havido acordo em aceitar o Ministério pelo STF.

Em seu Twitter, Sergio Moro, voltou a afirmar que não sabia da exoneração de Valeixo e reafirmou que jamais houve negociação para ser ministro do Supremo Tribunal Federal.

“Uma coisa é você admirar uma pessoa, a outra e conviver com ela”, justificou Bolsonaro, depois de relatar sua relação com o então juiz federal e coordenador da Operação Lava Jato. Chegou a sugerir que Moro teria pedido para ser ministro quando o procurou no hospital, após ter vencido as eleições no primeiro turno.

Interlocutores de Moro sustentam que o ex-ministro tem provas comprobatórias do que falou, ou seja, da interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Existem várias mensagens no Whatssap.

Bolsonaro acabou jogando uma casca de banana em sua frente, pois resolveu atacar um ídolo do país que é o ex-ministro e ex-juiz federal, que levou centenas de políticos e empresários na cadeia e avançou no combate à corrupção no País.

Durante o pronunciamento de Bolsonaro, houve panelaço em todas das capitais brasileiras. O presidente procurou fazer um histórico sobre a tentativa de assassinato que sofreu e o caso Marielle sem, contudo, tratar da efetiva denúncias de interferência na Polícia Federal. Negou que houve isso.

Bolsonaro parecia estar em um divã se queixando ao psiquiatra. Falou de outros filhos, até da sogra, mas não tratou da acusação de que seu filho Zero 2 coordena milícia digital de fake-news e que está sendo investigados, nem de sua participação em manifestações de defendem o fim da democracia, que afronta outros poderes e pede intervenção militar.