Pedro Ribeiro
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Tentar fazer prevalecer o voto impresso, aos moldes do passado, é retroceder no tempo de um sistema eleitoral sujeito a todo tipo de fraude. Não causa estranheza mais esta tentativa anacrônica em se tratando de um país como o Brasil, diante de um governo que nega a ciência, ao achar que vacinas contra epidemias não resolvem e coloca este tema como prioridade em sua gestão. É subjugar o País, numa espécie de retorno a tempos medievais.

Se o sistema eletrônico de votação não for eventualmente imune a tentativas de ocorrência de fraudes, ele é incomparavelmente superior ao do processo de votação por cédulas, uma espécie de volta ao voto de cabresto nos grotões do País ou em territórios dominados pelo crime organizado, do narcotráfico às milícias.

Para o deputado Luiz Cláudio Romanelli, conhecedor do processo eleitoral tanto impresso como eletrônico, “o sistema de votação eletrônico atual é mais seguro, mais eficiente, o que garante ao eleitor  maior liberdade de escolher seu candidato na boca da urna, sem a pressão de quem quer usurpar sua cidadania. Não conheço, até hoje, nenhum registro de fraude, enquanto o voto impresso está mais para a linha do ex-presidente americano, Donald Trump, para justificar sua derrota”.

“O sistema é seguro e o importante é ter o voto na urna. O resto é conversa fiada, de negacionistas, derrotistas. Se Deus quiser, em 2022 nós vamos deixar tudo isto para trás e vamos fazer o Brasil prosperar. A nossa democracia é resistente, é moderna e nós vamos nos tornar o país que todos nós queremos, ou seja, uma nação avançada, sem esses retrocessos absurdos”. avalia Romanelli.

O Brasil, com tantos problemas a serem resolvidos, diante de uma trágica realidade pandêmica agravada pela negligência do governo no combate ao vírus, agora com denúncias de fraudes e corrupção na compra de vacinas, cada vez mais é  tentado a se submeter aos caprichos e se tornar refém de um presidente que deveria estar ocupado com questões mais importantes.

Essa insistência sobre o retorno ao voto em cédulas apenas demonstra que o ocupante do Palácio do Planalto não tem uma pauta prioritária. Deveria estar tratando de assuntos urgentes como o respeito à Constituição, o combate à desigualdade social,  o empenho em lutar pela defesa do meio ambiente, do esforço em por comida na mesa de milhões de brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza e da miséria. Sobre isso, ele não fala.