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Bolsonaro acumula frases preconceituosas contra diferentes alvos

Bolsonaro acumula frases preconceituosas contra diferentes alvos

O Presidente fez mais um comentário preconceituoso no Twitter. Não é algo inédito para Bolsonaro, que já coleciona casos de racismo e gordofobia

Folhapress - segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022 - 18:12

 O presidente Jair Bolsonaro (PL) escreveu em redes sociais nesta segunda-feira (7) que não seria difícil acertar um tiro em um alvo que fosse “gordinho” como o influenciador Cauê Moura, que havia criticado as habilidades do mandatário no manuseio de uma arma de fogo.

 Moura compartilhou um vídeo em que Bolsonaro tenta atirar com um revólver, mas parece ter dificuldades e não consegue em um primeiro momento. Ele então é ajudado por seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e por um instrutor. O material foi gravado no domingo (6) em um clube de tiro localizado em Brasília.

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro faz ataque de teor gordofóbico.

Em janeiro deste ano, o alvo foi o governador do Maranhão, Flavio Dino (PSB). Em conversa com apoiadores na chegada ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou a uma simpatizante que disse ser do Maranhão. “[Um estado com] governo do Partido Comunista do Brasil. Já repararam que os países comunistas geralmente o chefe é gordo? Coreia do Norte? Venezuela? É gordinho, né? Maranhão”, disse Bolsonaro.

O presidente tem um histórico de falas preconceituosas. Em janeiro 2020, durante transmissão em suas redes sociais, ele mirou os indígenas. “Com toda a certeza, o índio mudou. Está evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós”, afirmou.

Antes disso, em ataque a uma jornalista, Bolsonaro acabou acertando outro alvo: a comunidade de japoneses e descendentes no Brasil.

Ao criticar a jornalista Thaís Oyama, que havia lançado um livro sobre o primeiro ano do presidente no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que, no Japão, ela morreria de fome com jornalismo. Descendente de japoneses, Thaís é brasileira. O presidente afirmou não saber o que ela faz no Brasil.

RELEMBRE ALGUMAS FRASES PRECONCEITUOSAS DO PRESIDENTE:

“Está cheio de pau de arara aqui e não sabem que cidade fica padre Cícero?”
em fev. 2022, para se referir a nordestinos

“[Um estado com] governo do Partido Comunista do Brasil. Já repararam que os países comunistas geralmente o chefe é gordo? Coreia do Norte? Venezuela? É gordinho, né? Maranhão”
em jan. 2022, sobre o governador do Maranhão, Flavio Dino

“Com toda a certeza, o índio mudou. Está evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós”
em jan. 2020, durante live em rede social

“Esse é o livro dessa japonesa, que eu não sei o que faz no Brasil, que faz agora contra o governo”
em jan. 2020, referindo-se à jornalista Thaís Oyama, que é autora do livro “Tormenta” e brasileira

“Daqueles governadores de paraíba, o pior é o do Maranhão [Flávio Dino, do PC do B]. Tem que ter nada com esse cara”
em jul. 2019, em conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, durante café da manhã com jornalistas

“Tudo pequenininho aí?”
em mai. 2019, ao posar para foto com estrangeiro de feição asiática; presidente fez gesto com os dedos, em insinuação sobre órgão sexual

“Quem quiser vir aqui [ao Brasil] fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. O Brasil não pode ser um país de turismo gay. Temos famílias”
em abr. 2019, durante café da manhã com jornalistas

“Podemos perdoar, mas não podemos esquecer [o Holocausto]. E é minha essa frase: quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro”
em abr. 2019, durante encontro com evangélicos no Rio de Janeiro

“A criação de campos de refugiados, talvez, para atender aos venezuelanos que fogem da ditadura de seu país. Porque do jeito que estão fugindo da fome e da ditadura, tem gente também que nós não queremos no Brasil”
em nov. 2018, já eleito presidente, durante evento militar no Rio de Janeiro

“No Japão tem pena de morte. Tinha um japa gordo, de uns 8 arrobas, que foi pego uns dez anos atrás botando gás sarin no metrô. Foi executado no ano passado”
em ago. 2018, durante ato da campanha eleitoral no Rio de Janeiro

“Fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”
em abr. 2017, na mesma palestra no Rio

“Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens. A quinta eu dei uma fraquejada e aí veio uma mulher”
em abr. 2017, na mesma palestra no Rio

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