Bolsonaro se distancia de Mauro Cid em investigação: ‘Cada um siga sua vida’
Ex-presidente busca se distanciar do ex-ajudante de ordens, investigado pela Polícia Federal por uma suposta fraude em carteiras de vacinação.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou um tom de distância de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, investigado pela Polícia Federal por uma suposta fraude em carteiras de vacinação. Questionado sobre o depoimento de Cid à PF, Bolsonaro foi categórico: “Cada um pro seu lado”.
Bolsonaro visitou o Senado nesta quinta-feira (18) e afirmou aos jornalistas que não tem conversado com Cid e que o caso está em segredo de Justiça. “O que eu vi agora na TV é que ele ficou em silêncio”, disse o ex-presidente.
Ontem (18), o tenente-coronel esteve na sede da Polícia Federal, em Brasília, e optou por permanecer em silêncio.
Apesar da tentativa de se distanciar do ex-ajudante de ordens, Bolsonaro também elogiou Mauro Cid. “Ele é um excelente oficial do Exército, jovem ainda, foi das forças especiais, comandos, paraquedistas, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida”.
As declarações de Bolsonaro foram dadas após o encontro com o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no gabinete do senador no Congresso.
Suspeita de fraude em carteiras de vacinação
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, foi preso durante uma operação da Polícia Federal no último dia 3. A Operação Venire apura suspeita de fraudes nas carteiras de vacinação contra a covid-19 do ex-presidente, familiares dele e do próprio militar.
Segundo a PF, há indícios de que o tenente-coronel solicitou a intermediários a obtenção de certificados de vacinação fraudados que teriam beneficiados parentes seus e de Bolsonaro, com o objetivo de realizar viagens ao exterior e driblar as exigências sanitárias.
Para a defesa de Bolsonaro, a decisão de Cid se ficar em silêncio na PF foi “tecnicamente acertada”, embora a expectativa do entorno bolsonarista era que o militar o isentasse da suspeita de participar de um esquema de fraude em certificados de vacina.
O tenente-coronel tem outro depoimento à PF marcado na próxima segunda (22). Ele será questionado no âmbito do inquérito que apura outro escândalo do Governo Bolsonaro, o caso das joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.
Jair Bolsonaro também prestou depoimento à PF nesta semana, e negou ter orientado a falsificação de seu certificado de vacinação no Conecte SUS. O ex-presidente respondeu a 60 perguntas. Ele disse que ‘jamais se vacinou, que desconhecia toda e qualquer iniciativa para eventual falsificação, inserção, adulteração no seu cartão de vacinação bem como de sua filha”.
Com informações do UOL.
