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Bolsonaro se irrita em discurso: Estou com as armas da democracia em minhas mãos

Bolsonaro se irrita em discurso: Estou com as armas da democracia em minhas mãos

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), bastante irritado, fez novo discurso aos seus apoiadores no Palácio da Alvora..

Ana Cláudia Freire - quinta-feira, 28 de maio de 2020 - 11:22

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), bastante irritado, fez novo discurso aos seus apoiadores no Palácio da Alvorada, na manhã desta  quinta-feira (28), com ataques direitos à imprensa e ao STF (Supremo Tribunal de Justiça).

O presidente se posicionou com relação à operação da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (27), que teve como alvo deputados e empresários e blogueiros bolsonaristas, no inquérito que apura notícias falsas, as chamadas fake news, aberto pelo STF.

“Com todo o respeito que eu tenho a todos os integrantes do legislativo, do judiciário e do meu próprio poder, invadir casas de pessoas inocentes submetendo à humilhação perante esposas e filhos, isso é inadmissível”, disse o presidente.

Logo depois Bolsonaro voltou a afirmar que a intenção da operação de ontem é a de tirá-lo da presidência. “Sabemos qual o objetivo de alguns, querem me tirar da cadeira para voltar a roubar, eu sei que é isso. Não terão isso pra me acusar de nada. A minha vida foi revirada e não acharam nada porque não tem. Agora inventar factoides e fake news contra minha pessoa pra me tirar da cadeira, não vão tirar. Vamos pensar no Brasil… nada faço que não seja pro bem do povo e do meu país”.

Os jornalistas não tiveram a chance de fazer perguntas ao presidente. Bolsonaro afirmou que nunca teve a intenção de controlar a Polícia Federal e que a operação de ontem serviu pra deixar isso claro. Quando interpelado pelos jornalistas no local, respondeu: “Eu não perguntei nada, quem tá falando sou eu. Não to dando entrevista, quem não quiser me ouvir pode ir embora”.

Sobre a relação entre os poderes afirmou que “Respeito do Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, mas para esse respeito continuar sendo oferecido da minha parte tem que respeitar o executivo também. Humildade, lealdade ao povo brasileiro, patriotismo, compromisso com o Brasil é o mínimo que se espera. Quando alguém, repito, desvirtua no meu meio, eu demito. Quando do outro lado alguém se desvirtua, porque é um ser humano como outro qualquer, já que não pode demitir, que os outros o procurem e façam com que ele volte a ser humilde e usar a sua caneta ou o seu voto para o bem do nosso país”.

A DEMOCRACIA É SAGRADA

Claramente irritado, o presidente afirmou que democracia deve ser pauta de preocupação de todos os poderes “A democracia é algo sagrado e todos (os poderes) devem  se preocupar com ela. Eu sou o chefe das Forças Armadas e não vão fazer com que eu transgrida que me transforme um pseudo ditador da direita”.

O presidente voltou a  falar da operação da PF e reforçou que a democracia do Brasil está em suas mãos: “Querem tirar a mídia que eu tenho ao meu favor sobre o argumento de fake news, repito, não teremos outro dia igual ontem. Chega, chegamos no limite, estou com  as armas da democracia na mão”, disse exaltado.

Bolsonaro falou também  da crise econômica e de todas as medias que foram tomadas pelo governo para salvar empresas e brasileiros como o coronavoucher.

Depois alegou que o governo não tem como dar dinheiro às empresas de comunicação porque concentra esforços na pandemia e direcionou ataques à Rede Globo. “Rede Globo não tem dinheiro pra vocês. Parem de ser patifes. Pare de patifaria comigo”, disse o presidente.

CELSO DE MELLO

Ao final de seu discurso Jair Bolsonaro falou do vídeo da reunião interministerial, que foi divulgado pelo ministro Celso de Mello do STF, e amplamente divulgada pela imprensa, e que poderia ter sido destruído por ele.

“Lá na reunião cada um fala o que bem entende, eram reuniões reservadas. Eu poderia ter destruído a fita, que não é oficial, respeitei a decisão do decano Celso de Mello e entreguei a fita com todas as petições pra não divulgar, só as questões do inquérito… A responsabilidade do que se tornou público não é de nenhum ministro meu é do ministro Celso de Mello ele é o responsável, eu peço pelo amoR de deus, não prossigam esse tipo de inquérito a não ser que ser seja pela lei de abuso da autoridade… o criminoso não é o Wainstraub, não é o Sales é de quem suspendeu o sigilo de um sessão cujo vídeo foi chancelado como secreto”.

Antes de deixar o Palácio da Alvarada, o presidente se colocou à disposição dos presidente doa Câmara, Rodrigo Maia, do Senado David Alcolumbre com Luiz Fux, ministro do STF, para uma conversa entre os poderes.

 

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