O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a sede da Justiça Federal, em Curitiba, pouco antes do horário de início da audiência. Em um comboio com três carros, o petista chegou a descer e caminhar entre manifestantes, junto com a senadora e presidente do PT Gleisi Hoffmann, próximo do limite do perímetro de segurança estipulado pela Polícia Militar do Paraná.
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A audiência teve início por volta das 14h15 e terminou por volta das 16h30. Por ordem, o ex-presidente vai responder as perguntas do juiz federal Sérgio Moro, depois ao Ministério Público Federal (MPF) e por último as perguntas elaboradas pela defesa. Por fim, Moro deve dar alguns minutos para que Lula dê suas considerações finais.
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Depois de Lula, Moro vai ouvir o testemunha de Branislav Kontic, ex-assessor de Antonio Palocci. Os vídeos com os depoimentos serão disponibilizados pela Justiça Federal após o depoimento de Branislav.
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Dá última vez que esteve de frente com Moro, no processo em que foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão por receber vantagens indevidas pagas pela empreiteira OAS, envolvendo um apartamento triplex em Guarujá, em troca de contratos com a Petrobras, Lula falou por cerca de quatro horas.
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Denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Lula teria recebido o terreno do novo Instituto Lula, avaliado em cerca de R$ 12,4 milhões, como vantagem indevida por contratos da empreiteira com a Petrobras. A obra nunca foi realizada. O negócio, de mais de R$ 12 milhões, teria sido fechado com a intermediação do ex-ministro Antonio Palocci e de seu assessor, Branislav Kontic, também réus da ação penal.
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A denúncia também narra o fato de que Lula também teria recebido o apartamento vizinho ao que mora por meio de vantagens ilícitas. Nesse caso, o MPF aponta que foram usados mais de R$ 504 mil na compra do imóvel e que teria sido adquirido pelo engenheiro Glaucos da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que seria uma espécie de testa de ferro da operação.
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A defesa do ex-presidente nega as acusações. De acordo com os advogados, Lula jamais recebeu a propriedade de um imóvel para o Instituto Lula e ele não é “dono” ou beneficiário de qualquer patrimônio da instituição.
Processo
Na primeira etapa do processo, Moro ouviu mais de 50 testemunhas de defesa dos réus. Entre eles estava o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que afirmou não sabia que o imóvel visitado por ele pertencia a Odebrecht e que visitou o terreno apenas uma vez sendo acompanhado de um arquiteto, de Lula e da ex-primeira dama Marisa Letícia.