
Novo ministro da Saúde descarta lockdown como política contra Covid
Folhapress
16 de março de 2021, 10:43
O governo do Paraná publicou novo decreto nesta terça-feira (16), dia em que o estado bateu recorde de mortes por covid-..
Vinicius Cordeiro - 16 de março de 2021, 17:56
O governo do Paraná publicou novo decreto nesta terça-feira (16), dia em que o estado bateu recorde de mortes por covid-19. Foram 310 mortes registradas nas últimas 24h, número que supera os 244 óbitos do último dia 10.
A vigência do atual se encerrava às 5h da manhã desta quarta-feira (17), mas foi prorrogado até o dia 1º de abril. Com isso, o governador Ratinho Junior (PSD) estende as regras de circulação por mais 16 dias.
Atualmente, o governo estadual determina toque de recolher entre 20h e 5h, período em que também são proibidos a venda e o consumo de bebidas alcoólicas.
Contudo, diversas cidades adotaram mais restrições devido ao cenário caótico da pandemia. Em Curitiba, por exemplo, o prefeito Rafael Greca (DEM) atualizou o nível de alerta contra a covid e adotou a bandeira vermelha pela primeira vez. Com isso, a capital entrou em um lockdown até a próxima segunda-feira (21).
Já no litoral do Paraná, as prefeituras fizeram barreiras sanitárias para evitar a entrada de turistas nos municípios. Em Maringá, por outro lado, o comércio reabriu hoje após ficar 17 dias fechado.
Vale lembrar que ambos os decretos (estadual e municipal) são oficiais, mas vale o que tiver as medidas mais restritivas.
Nesta quarta-feira (17), Ratinho vai se encontrar com os governadores de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), e Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), além dos secretários estaduais da Saúde para compartilhar informações sobre o avanço do vírus em toda a região Sul. O encontro será presencial, em Florianópolis.
O governo do Paraná publicou um decreto restritivo no dia 26 de fevereiro para conter o avanço do coronavírus.
Naquela época, a administração de Ratinho Junior atribui o crescimento da doença à nova variante da covid, chamada de P1 e identificada em Manaus. Segundo os especialistas, essa nova cepa pode ser entre quatro e seis vezes mais transmissível.
No dia 5 de março, Ratinho prorrogou o lockdown por dois dias, mas anunciou a reabertura das atividades não essenciais. O governador preza pelos setores econômicos e por isso optou em flexibilizar as medidas.
Entretanto, o próprio governador e o secretário da Saúde Beto Preto reconheceram que o decreto não surtiu efeito esperado. A administração avalia que é necessário chegar a 50% no índice de isolamento para diminuir a transmissão da covid. Contudo, a taxa ficou em torno de 35%.
Agora, Ratinho decide prorrogar as medidas mais flexíveis mesmo com maior pressão do sistema de Saúde. Segundo os dados estaduais, 96% das UTIs da rede pública para adultos estão ocupadas. Dos 1.633 leitos existentes, restam 66 livres.
Neste momento, as regiões Leste (que abrange Curitiba) e Oeste (que engloba Foz do Iguaçu) têm os piores índices com 98% e 97% de ocupação, respectivamente. Por fim, o Norte e o Noroeste, com 93% e 92%, também têm taxas preocupantes.
Os contextos exigem um decreto mais restritivo de algumas prefeituras, principalmente nas regiões do Paraná com situações mais críticas.
O cenário se complica ainda mais já que o Cemepar (Centro de Medicamentos do Paraná) emitir alerta que os medicamentos para tratamento da covid podem se esgotar em até 10 dias, incluindo sedativos e analgésicos.
O governo do Paraná tenta parceiras e cobra assistência do Ministério da Saúde, que está sob transição com a saída do general Eduardo Pazuello e posse do cardiologista Marcelo Queiroga, definido como novo ministro pelo presidente Jair Bolsonaro.