(Foto: Bruno Slompo/CMC)

Em Dubai, Bolsonaro garante Enem e afirma que provas terão a cara do governo

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (15) que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ocorrerá normal..

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (15) que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ocorrerá normalmente no final deste mês, apesar da crise detonada com a renúncia em massa de servidores de cargos de chefia no órgão responsável por sua organização, o Inep.

“Conversei rapidamente com o Milton “. Eles se mantêm como servidores de carreira, no entanto.

Parte destes funcionários estava diretamente envolvida na organização da prova, marcada para os dias 21 e 28 de novembro. Sem entrar em detalhes, o presidente disse que estes servidores ganhavam salários excessivos.

“O negócio é complexo. Não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo o que se gastava com poucas pessoas lá. Um absurdo. Inadmissível o que acontecia”, afirmou Bolsonaro. Os servidores, no entanto, eram do quadro técnico do órgão e metade deles só chegou aos atuais cargos comissionados de chefia por decisão de presidentes indicados por Bolsonaro.

O presidente disse ainda que o exame a partir de agora atende aos princípios ideológicos de seu governo. “Agora, começam a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões absurdas do passado, temas de redação que não tinham nada a ver com nada”, disse.

Alguns dos temas da prova do Enem, sobretudo os das redações, incomodam a base conservadora do presidente Bolsonaro, especialmente os relativos a identidade de gênero e minorias. Segundo Bolsonaro, o Enem agora é “algo voltado para o aprendizado”.

No último dia 14, o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou reportagem na qual ex-servidores do Inep detalhavam interferência do ministério em algumas das questões do exame, além de situações de intimidação. Também apontavam despreparo do comando da entidade.

Em junho, a Folha revelou que uma portaria do Inep estabelecia uma espécie de “tribunal ideológico”, com a criação de uma nova instância de análise dos itens das avaliações da educação básica. O documento falava em não permitir “questões subjetivas” e atenção a “valores morais”.