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Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil
06 de agosto de 2019, 15:17
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes não poupou críticas à força-tarefa da Lava Jato no MPF em Cur..
Angelo Sfair - 06 de agosto de 2019, 15:47
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes não poupou críticas à força-tarefa da Lava Jato no MPF em Curitiba e à PGR (Procuradoria-Geral da República) depois de seu nome ser citado por procuradores de 1.ª instância, como Deltan Dallagnol. As revelações acontecem na esteira dos vazamentos divulgados pelo portal The Intercept Brasil e veículos parceiros, com base em mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram. O magistrado comparou o grupo que investiga o esquema de corrupção montado na Petrobras a uma organização criminosa.
Novos trechos de mensagens trocadas por procuradores da República foram publicados nesta terça-feira (6) pela edição brasileira do jornal espanhol El País. A reportagem revela que membros da força-tarefa no MPF (Ministério Público Federal) se mobilizaram para coletar informações e dados sobre Gilmar Mendes. O objetivo, segundo o El País, era pedir a suspeição ou até o impeachment do ministro do Supremo.
"Tudo indica que havia uma organização criminosa para investigar", disse Mendes, ao chegar para a sessão de hoje no STF. O magistrado deixou evidente o descontentamento com o grupo de trabalho dedicado criado no MPF para apurar os crimes relacionados à Operação Lava Jato.
O ministro do STF afirmou que os vazamentos da Lava Jato resultaram na maior crise do Poder Judiciário desde a redemocratização.
"Isso atingiu de uma maneira crucial tanto a Procuradoria-Geral da República quanto a Justiça Federal. As duas instituições estão sendo muito comprometidas. Pelo jogo de combinação, pelas decisões malfeitas, pela má elaboração de peças, por essas atitudes criminosas", avaliou.
Gilmar Mendes, sem citar diretamente Raquel Dodge, criticou a gestão da PGR.
"Temos que reconhecer: as organizações tabajara estavam comandando esse grupo", disparou.
O ministro do STF ainda defendeu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indique um sucessor de Raquel Dodge que seja capaz de restabelecer a credibilidade do MPF. Mendes também fez menção à ética de trabalho da força-tarefa Lava Jato.
"Há um grave problema de gestão sem dúvida nenhuma. Essa é a apenas a ponta do iceberg. Certamente virão mais informações. Vejam: estamos falando de investigações criminosas. Imaginem o que não fizeram nas delações, combinações para colaborações e tudo mais", criticou.
Questionado sobre a atitude que tomaria diante das revelações do El País, Gilmar Mendes indiciou que deverá esperar os inquéritos que apuram os vazamentos de mensagens chegarem aos ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux, relatores das investigações na Suprema Corte.
Perguntado se apoiaria o pedido de afastamento do coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, Gilmar Mendes decidiu encerrar a entrevista coletiva e entrar. Antes disso, no entanto, disse que tomaria uma atitude para se defender.
"Eu tomo providências sempre", resumiu.
Procurada pelo Paraná Portal, a força-tarefa Lava Jato em Curitiba ainda não se manifestou sobre as críticas de Gilmar Mendes.