
Assembleia Legislativa procura Justiça para punir servidores por estragos
Francielly Azevedo
04 de dezembro de 2019, 08:24
Governador do Paraná, Ratinho Junior (esq.), ao lado de Guto Silva. (AEN)Guto Silva, chefe da Casa Civil do Para..
Vinicius Cordeiro - 04 de dezembro de 2019, 16:46
Governador do Paraná, Ratinho Junior (esq.), ao lado de Guto Silva. (AEN)
Guto Silva, chefe da Casa Civil do Paraná e vice-presidente da Assembleia Legislativa (Alep), disse que o governo não vive de atos populares. O deputado estadual (PSD) está presente na sessão da reforma da Previdência Estadual. A PEC (Proposta de Emenda à Constituição) foi encaminhada pelo governador Ratinho Junior para "estancar o crescimento do deficit já existente para o pagamento de aposentadorias e pensões" no Estado.
A votação da reforma da Previdência era para ter sido iniciada na sessão de ontem (4), mas foi suspensa pela ocupação dos servidores estaduais. Com isso, a sessão legislativa mudou para a Ópera de Arame, ponto turístico de Curitiba.
"É uma medida impopular para o servidor, mas um governo não vive de popularidade. É preciso de um compromisso com as contas públicas e nós temos legitimidade para fazer essa avaliação. O governo está confortável com a posição. Grande parte dos estados já fizeram. Não há espaço fiscal para maluquice", disse.
"Temos uma conta a pagar, que é o déficit previdenciário. Viemos acumulando e é preciso resolver. Às vezes não é um ato simpático, é um ato que desagrada alguns setores da sociedade. Mas é necessário para que o Estado se mantenha de pé", completou ele.
Sessão da Alep está sendo realizada na Ópera de Arame. (Orlando Kissner / Alep)
A sessão começou às 14h35 e conta com a presença de 53 deputados - Gilberto Ribeiro é o único ausente.
A primeira votação do dia foi um requerimento, apresentado pelo líder do governo, Hussein Bakri (PSD), para derrubar o interstício de cinco sessões.
Pela Legislação, deveria existir um intervalo entre as votações de primeiro e segundo turno. Contudo, o deputado Adamir Traiano, presidente da Alep, já adiantou que o desejo é fazer as duas votações e a redação final da Previdência ainda hoje.
Contudo, por 42 votos a 10, o requerimento derrubou o interstício.
Mais cedo, o deputado Tadeu Veneri (PT), líder da oposição, criticou a tentativa. "Os prazos são muito claros, não se pode antecipar sessões. Isso é extremamente grave. É lamentável e espero que exista juízo na mesa diretora", disse ele, antes de falar especificamente sobre Traiano. "O presidente está fazendo aquilo que é uma loucura. É da cabeça dele e da mesa diretora. Eu repudio. Tenho o maior respeito pelo Traiano, mas se ele resolve jogar toda sua história no lixo, é problema dele", completou.
Manifestantes quebraram uma das portas da Alep, mas a PM impediu a entrada pela porta. (Francielly Azevedo)
Os servidores do Paraná ocuparam Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba, na tarde desta terça-feira (3). A ação teve tumulto: a PMPR (Polícia Militar do Paraná) usou bombas de gás de pimenta, enquanto os funcionários públicos, em greve desde ontem (2), arremessaram pedras e algumas grades. A sessão da Alep acabou suspensa após os confrontos.
Os servidores protestam contra as mudanças da Previdência Estadual propostas pelo governador Ratinho Junior. Entre as alterações, estão o aumento da contribuição dos servidores de 11% para 14% e o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres.
Confira o vídeo que mostra o momento que os servidores ocupam a Assembleia.
https://youtu.be/G0CU8-2l74w