Segundo Palocci, a obra teria rendido pelo menos R$ 135 milhões em propinas que teriam sido direcionadas ao PT e ao MDB. No laudo da PF, foi constatada a presença dos codinomes “Italiano”, “Esqualido” e “Professor” em planilhas da Odebrecht que identificariam vantagens indevidas direcionadas a Palocci, ao ex-ministro de Minas e Energia do MDB, Edison Lobão e ao ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto.
Os dados constam nos sistemas da Odebrecht que controlavam o pagamento de vantagens indevidas a partidos e agentes públicos. No laudo também constam trocas de e-mails entre o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outros gestores da empresa relatando os acertos.
O documento foi produzido no final do ano passado, com o intuito de comprovar os crimes relatados por Palocci e com base em apreensões que foram realizadas pela força-tarefa. O material foi anexado somente agora ao inquérito relacionado a 49ª fase da Lava Jato. A obra de Belo Monte foi inicialmente orçada em R$ 13 bilhões.
Segundo Palocci, 1% do valor foi dividido meio a meio para o Partido dos Trabalhadores e para o MDB. Em delação, Palocci afirma ainda que havia uma disputa entre os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff para controlar as propinas arrecadadas. A etapa 49 da Lava Jato, batizada de Buona Fortuna, apura o esquema de corrupção envolvendo a construção da Usina de Belo Monte.