
66ª fase da Lava Jato mira funcionários do Banco do Brasil
Redação
27 de setembro de 2019, 07:07
Procurador e membro da força-tarefa da Lava Jato, Roberson Pozzobon disse, nesta sexta-feira (27), que há esperança para..
Vinicius Cordeiro - 27 de setembro de 2019, 13:18
Procurador e membro da força-tarefa da Lava Jato, Roberson Pozzobon disse, nesta sexta-feira (27), que há esperança para que nem todas as condenações da operação sejam anuladas. A declaração vem após ter dito, pelo Twitter, estar decepcionado com as recentes decisões do STF.
Ontem, a maioria dos ministros se disseram a favor da tese que réus delatados devem apresentar alegações finais após os delatores. Com isso, 32 sentenças já expedidas na Lava Jato, incluindo o ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia, correm riscos de serem anuladas.
"Existe uma decisão do Supremo em vias de ser concluída e decisões do Supremo se cumprem. A esperança que temos é que essa decisão seja modulada para surtir efeitos só daqui para frente", avaliou na entrevista coletiva sobre a 66ª fase da Lava Jato, deflagrada hoje (27).
Contudo, Pozzobon ainda questionou a decisão e elaborou questões que devem ser discutidas no âmbito jurídico.
"Será que essa ausência de deferimento do prazo privilegio para o réu não colaborador apresentar suas alegações finais causou prejuízo no caso concreto? Eles estão comprovando que foram prejudicados ou será que se decretará a nulidade de sentenças condenatórias para, logo depois, os réus simplesmente retificarem as alegações que já tinham apresentado na época dos fatos? Houve, de fato, prejuízo concreto ou não? Trata-se de uma simples formalidade ou não?"
Pozzobon já havia se manifestado, pelo Twitter, sobre a decisão do STF na noite da quinta-feira (26).
Ele publicou um trecho de "O Encontro Marcado", obra do consagrado escritor Fernando Sabino: "De tudo ficaram três coisas... A certeza de que estamos começando... A certeza de que é preciso continuar... A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar".
Depois, afirmou estar decepcionado, mas disse que a Lava Jato precisa continuar. "Sinto uma profunda decepção pelas decisões tomadas pela maioria do congresso e do stf nessa semana. Desanimar seria a opção mais lógica e cômoda, mas é preciso continuar. A Lava Jato já tem 5 anos, mas a luta anticorrupção está apenas começando".
https://twitter.com/RHPozzobon/status/1177397233467166721
Por fim, Pozzobon - e ninguém da força-tarefa presente na coletiva - não quis comentar sobre a forte declaração de Rodrigo Janot.
O ex-procurador-geral da República, disse à Folha de S. Paulo e à revista Veja, que já foi ao STF (Supremo Tribunal Federal) armado para matar o ministro Gilmar Mendes.
Ele foi questionado se a afirmação de Janot poderia abalar a Operação Lava Jato e se isso poderia dar munição ao ministro Gilmar Mendes, que vê os procuradores como pessoas que buscam o poder.
"O tocante a declaração do ex-PGR não tem comentários sobre isso, é algo que não merece nossos comentários", disse.