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Lula admite corrupção na Petrobras e diz que “centrão não é partido, é cartório”

Lula admite corrupção na Petrobras e diz que “centrão não é partido, é cartório”

Lula, no Jornal Nacional, critica operação Lava Jato e o “centrão”. Reconhece corrupção na Petrobras e fracasso na política econômica de Dilma.

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 25 de agosto de 2022 - 21:38

O ex-presidente e candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou a operação Lava Jato, mas admitiu corrupção na Petrobras. “Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram os crimes”, disse e atacou a delação premiada, afirmando que as pessoas confessaram porque ficaram ricas ao confessar.

Em entrevista ao Jornal Nacional, nesta quinta-feira, 25, Lula afirmou que acusados em seu eventual governo serão investigados e punidos. “Em qualquer hipótese, se alguém cometer qualquer crime, por menor ou por maior que seja, essa pessoa será investigada, julgada, punida ou absolvida”, garantiu.

Renata Vasconcellos perguntou a Lula como Lula pretende impedir tentativas de interferências na Polícia Federal. Foi uma espécie de levantamento de bola. O ex-presidente aproveitou para criticar o presidente Jair Bolsonaro. “O Bolsonaro troca qualquer diretor a hora que ele quer. Basta que ele não goste. Eu nunca fiz isso e não vou fazer”, disse.

Willian Bonner questionou sobre política econômica e citou a recessão e explosão da inflação nos governos Dilma Rousseff. A pergunta: “o senhor pretende implantar a política econômica dos dois primeiros mandatos ou de sua sucessora.?”. Lula reconheceu que Dilma cometeu erros na condução da economia, mas defendeu a sua sucessora.

“Dilma cometeu equívocos na questão da gasolina, ao fazer R$ 540 bilhões de desonerações em isenção fiscal. Quando ela tentou mudar, ela tinha uma dupla dinâmica contra ela. O Eduardo (Cunha), presidente da Câmara, e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não fizesse mudanças”, disse.

Lula também disse que o “centrão” não é um partido político e sim um cartório e que se vencer as eleições cai conversar com cada partido político para discutir o que é melhor para o Brasil.

Em relação ao agronegócio, onde os empresários do setor estão ao lado de Bolsonaro, o ex-presidente lembrou que, em seu governo, ele liberou R$ 87 bilhões para salvar o setor. Também disse que muitos empresários – não os grandes, que produzem e exportam – querem é desmatar a Amazônia, o Pantanal e outras áreas, sem se importar com a biodiversidade.

 

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