
Com Lula livre, Brasil ganha oposição qualificada, diz Lindbergh
Angelo Sfair
08 de novembro de 2019, 15:07
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está livre. O alvará de soltura foi expedido pelo juiz Danilo Pereira Junior, ..
Vinicius Cordeiro - 08 de novembro de 2019, 16:23
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está livre. O alvará de soltura foi expedido pelo juiz Danilo Pereira Junior, titular da 12ª Vara Federal de Curitiba, foi enviado às 16h15 desta sexta-feira (8) e o petista pode sair do prédio da Polícia Federal a qualquer momento. Cerca de três mil pessoas estão no local e aguardam pela saída do petista. Segundo a apuração da reportagem, o ato deve acontecer em menos de uma hora.
Danilo foi o responsável já que a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena de Lula, está de férias até o dia 22 deste mês.
O pedido da defesa do ex-presidente estava nas mãos do juiz desde às 12h50. O advogado Cristiano Zanin, protocolou o pedido de liberdade por volta das 11h30, após se reunir com Lula.
Neste momento, Zanin está com Lula. De acordo com o que apurou a reportagem, os dois estão com a mala pronta para sair da PF. Do lado de fora, as pessoas gritam cantos de apoio, como "ole ole olá, Lula Lula".
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A expectativa é que Lula se reúna com os integrantes da Vigília Lula Livre. A reportagem apurou que o presidente quer agradecer todos que aderiram o movimento nesses 19 meses.
Depois, é possível que Lula faça um discurso para seus apoiadores. A partir daí, existe a possibilidade que ele vá para São Paulo se encontrar com sua família.
Os apoiadores do ex-presidente fizeram um corredor humano para esperar sua saída. Todos usam camisetas vermelhas - a maioria com o rosto de Lula estampado. Entre as pessoas ansiosas pela sua saída, está Rosângela da Silva. A socióloga e funcionária da Itaipu é a namorada de Lula.
Multidão está no aguardo de Lula. (Angelo Sfair/Paraná Portal)
Lula em entrevista na prisão. (Marlene Bergamo / Folhapress)
O ex-presidente foi preso no dia 7 de abril de 2018 e cumpriu pena na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba. Ele foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex do Guarujá (SP).
A primeira condenação foi feita pelo ex-juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, e a pena fixada foi de 9 anos e 6 meses de prisão. Depois, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) aumentou a punição para 12 anos e 10 meses. Por fim, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) fixou a pena em 8 anos e 10 meses.
No caso triplex, o ex-presidente foi acusado pela Operação Lava Jato de receber propina da OAS por meio da construção e reforma de um apartamento no Edifício Solaris, no Guarujá. Ao todo, a suposta vantagem chegava a R$ 2,2 milhões e teria saído de uma das contas de propina destinada ao PT. Em contrapartida, Lula teria agido para favorecer a OAS em contratos com a Petrobras.
Além disso, o petista responde outras sete ações. Ele já foi condenado, em primeira instância, no caso do sítio de Atibaia, que tratava sobre propinas pagas por meio de reformas de melhoria.
Por 6 votos a 5, o STF decidiu, nesta quinta-feira (7), contra a execução provisória de pena de prisão após condenação em segunda instância. O novo entendimento afeta quase cinco mil presos, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça.
Lula foi um dos beneficiados.
Segundo um levantamento do MPF (Ministério Público Federal), a mudança de entendimento do STF contempla 38 condenados em segunda instância no âmbito da Operação Lava Jato. O ex-ministro José Dirceu e ex-executivos de empreiteiras são alguns deles.