Mario Frias pediu R$ 33 mil em reembolso por ida a Nova York com dinheiro público
O pedido de extinção da ação foi feito na semana passada, depois da repercussão da notícia da viagem ter causado desgaste na imagem do secretário.
Mario Frias, secretário especial de Cultura do governo Bolsonaro, pediu indenização de R$ 33 mil por atraso de voo para as companhias aéreas Gol e American Airlines numa ação movida no início de fevereiro e extinta dias depois no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A ação é referente a uma viagem de R$ 39 mil que o secretário fez para Nova York, em dezembro, para encontrar o lutador de jiu-jítsu bolsonarista Renzo Gracie, com despesas pagas com dinheiro público.
O conteúdo do processo não é público, embora seu andamento seja. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo.
O processo de Frias teve início em 7 de fevereiro, antes que detalhes de sua viagem a Nova York viessem a público. O pedido de extinção foi feito na semana passada, depois da repercussão da notícia ter causado desgaste na imagem do secretário.
O motivo da viagem, segundo o Portal da Transparência, era tratar de um “projeto cultural envolvendo produção audiovisual, cultura e esporte”. Só em passagens aéreas o secretário gastou R$ 26 mil dos cofres públicos.
Procurada, a Gol não quis comentar o assunto. A reportagem entrou também em contato com a American Airlines, que não respondeu até a publicação deste texto. A Secretaria Especial da Cultura também não respondeu até a publicação.
Frias passou quatro dias na cidade americana, onde fez três reuniões, segundo sua agenda oficial.
Além do lutador Renzo Gracie, eles se reuniram com Simone Genatt e Marc Routh, produtores da Broadway, e com Bruno Garcia, dono de empresa de turismo que informou ter cuidado de traslados do secretário na cidade e disse ter ajudado Frias com problema de bagagens extraviadas.
No mês passado, o braço direito de Frias, André Porciúncula, gastou R$ 20 mil numa viagem de cinco dias a Los Angeles para apenas duas reuniões. O ex-PM hoje controla a Lei Rouanet. Os gastos podem ter sido triplicados, já que ele embarcou com mais dois assessores da pasta: Gustavo Torres, do Ministério do Turismo, e o secretário Audiovisual, Felipe Pedri.
Frias só não viajou para Los Angeles com a equipe porque foi diagnosticado com Covid-19.
Os dados sobre a viagem de Porciúncula a Los Angeles foram obtidos pela Folha via Lei de Acesso à Informação. Só em passagens aéreas foram gastos US$ 1932 (R$ 9.928). Cada trajeto do voo custou US$ 966 (R$ 4.964).
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