Menos impostos, combustíveis mais baratos e sem vilões imaginários, defende Oriovisto

É inútil demitir presidentes da Petrobras e demonizar a companhia, como tem sido feito pelos presidentes da República, Jair Bolsonaro, da Câmara, Arthur Lira", diz Oriovisto.

 

“É inútil demitir presidentes da Petrobras e demonizar a companhia, como tem sido feito pelos presidentes da República, Jair Bolsonaro e da Câmara, Arthur Lira”, observa o senador Oriovisto Guimarães.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou o aumento do preço dos combustíveis anunciado nesta sexta-feira, 17, de “traição com o povo brasileiro” e afirmou que está articulando com a cúpula da Câmara dos Deputados a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a direção da Petrobras que ele mesmo indicou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), defendeu dobrar o imposto cobrado sobre o lucro da petroleira para bancar um subsídio ao diesel, seja direto para a empresa ou na forma de uma “bolsa” para caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por outro lado, afirmou que é “inexistente a dicotomia” entre Petrobras e governo. Ele defendeu a criação de um fundo para amortecer os preços dos combustíveis com parte dos dividendos que a estatal paga à União.

Já o senador paranaense, Oriovisto Guimarães (Podemos) disse que “se o governo quer subsidiar o diesel ou a gasolina, que faça isso ele mesmo, com dinheiro público. É inútil demitir presidentes da Petrobras e demonizar a companhia, como tem sido feito pelos presidentes da República, Jair Bolsonaro, da Câmara, Arthur Lira, e por outros políticos que usam a retórica das redes sociais para tentar uma espécie de intervencionismo branco na Petrobras”.

O senador observa ainda que “a empresa, tantas vezes usada como trunfo das conquistas brasileiras, não pode virar algoz de um cenário do qual ela não é culpada: uma guerra entre Rússia e Ucrânia, que sacudiu os preços do petróleo além das fronteiras. O mundo inteiro está pagando os combustíveis mais caros destes últimos anos. É preciso enfrentar com realismo as dificuldades que vivemos. Mais do que o petróleo, o Brasil é nosso, e queremos, sim, menos impostos e combustíveis mais baratos, mas sem vilões imaginários alimentados pela proximidade das eleições”. (Com assessoria e Estadão).