O juiz federal Sérgio Moro interrogou o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, na ação penal que investiga o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine na manhã desta quinta-feira (9). No depoimento, Marcelo declarou que efetuava pagamentos de propina para Bendine visando evitar que ele atrapalhasse os contratos da empreiteira com a estatal.
No depoimento, Marcelo Odebrecht relatou um encontro com Bendine, em janeiro de 2015, para conversar sobre “problemas causados pela Lava Jato”. Na época, Bendine atuava como presidente do Banco do Brasil. No mês seguinte, ele foi nomeado como presidente da Petrobras. “Ele tinha uma posição que de fato podia atrapalhar a gente. Eu procurei me cercar de evidências de que havia esse pedido de vantagem indevida e de que ele poderia prejudicar a gente”, contou Marcelo.
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Como é delator da Operação Lava Jato, a imagem de Marcelo Odebrecht não aparece nos vídeos. Ele está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, desde a deflagração da 14ª fase da Lava Jato em junho de 2015. Confira o depoimento na íntegra:
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Investigações
O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras foi preso no dia 27 de julho suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propinas da Odebrecht. De acordo com a Polícia Federal, ele realizou pagamento de impostos sobre o valor da propina para dificultar as investigações.
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Em fevereiro de 2015, na véspera de assumir a Petrobras, Bendine teria pedido os valores para não prejudicar a Odebrecht em contratos com a estatal e também para “amenizar” os efeitos da Lava Jato. Naquele momento, a operação estava prestes a completar um ano. O valor foi repassado em três entregas em espécie, de R$ 1 milhão cada, em um apartamento em São Paulo, alugado por Antônio Carlos São Paulo.
Um dos argumentos que levaram o MPF a pedir a prisão preventiva de Bendine foi a compra de uma passagem só de ida para Portugal por parte do investigado.