O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento, durante pouco mais de duas horas, no processo em que responde pelas supostas vantagens indevidas recebidas por contratos da Petrobras com a empreiteira OAS ao juiz federal Sérgio Moro.
O ex-presidente respondeu as perguntas do juiz federal Sérgio Moro, depois ao Ministério Público Federal (MPF) e por último as perguntas elaboradas pela defesa. Por fim, Moro deu alguns minutos para que Lula dê suas considerações finais.
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Após sair da Justiça Federal, Lula deve comparecer ao ato organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na Praça Generoso Marques, no Centro de Curitiba. A expectativa do partido é reunir cerca de 4 mil pessoas. Lula deve fazer um pronunciamento no local, às 19h.
Denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Lula teria recebido o terreno do novo Instituto Lula, avaliado em cerca de R$ 12,4 milhões, como vantagem indevida por contratos da empreiteira com a Petrobras. A obra nunca foi realizada. O negócio, de mais de R$ 12 milhões, teria sido fechado com a intermediação do ex-ministro Antonio Palocci e de seu assessor, Branislav Kontic, também réus da ação penal.
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A denúncia também narra o fato de que Lula também teria recebido o apartamento vizinho ao que mora por meio de vantagens ilícitas. Nesse caso, o MPF aponta que foram usados mais de R$ 504 mil na compra do imóvel e que teria sido adquirido pelo engenheiro Glaucos da Costamarques, primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que seria uma espécie de testa de ferro da operação.
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A defesa do ex-presidente nega as acusações. De acordo com os advogados, Lula jamais recebeu a propriedade de um imóvel para o Instituto Lula e ele não é “dono” ou beneficiário de qualquer patrimônio da instituição.
Processo
Na primeira etapa do processo, Moro ouviu mais de 50 testemunhas de defesa dos réus. Entre eles estava o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que afirmou não sabia que o imóvel visitado por ele pertencia a Odebrecht e que visitou o terreno apenas uma vez sendo acompanhado de um arquiteto, de Lula e da ex-primeira dama Marisa Letícia.
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Depois de ouvir os réus da ação penal, Moro vai abrir os prazos para que acusação e defesa apresentem as alegações finais. Por fim, os autos voltam às mãos do juiz Sérgio Moro, que analisa todas as provas e decide se absolve ou condena os envolvidos.