O depoimento de Emílio Odebrecht, delator e dono da construtora Odebrechet, como testemunha de acusação ao juiz federal Sérgio Moro durou apenas 6 minutos, nesta segunda-feira (12). A ação penal tem como principal réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi interrogado pelo magistrado na última semana e voltou a depor após a defesa de Lula ingressar com um pedido no Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF4). Os advogados do ex-presidente alegaram que o Ministério Público Federal (MPF) anexou documentos que não puderam ser verificados antes do primeiro depoimento.
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Desta vez, o proprietário da empreiteira respondeu apenas as perguntas do advogado de Lula, Cristiano Zanin. Ele foi questionado sobre contratos firmados entre a empreiteira e a Petrobras. No depoimento, Emílio negou ter envolvimento nos oito contratos firmados e que não tinha conhecimento sobre a suposta compra de um imóvel para o Instituto Lula em troca de algum contrato com a estatal.
Ele também foi questionado sobre uma conversa entre ele e o também ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso envolvendo o projeto “Gás Brasil”. Ele respondeu apenas que era comum que empresários fossem contatados para dar suas opiniões. “Praticamente todos os presidentes queriam, sem dúvida nenhuma, ouvir contribuições de empresários. E nós, até por estarmos operando em várias coisas no Brasil inteiro, e também no exterior, assim interessava a eles”, declarou.
Veja o depoimento na íntegra:
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Além de Lula, são réus neste processo Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci e o ex-assessor Branislav Kontic, que teriam intermediado o pagamento. As defesas negam, assim como a defesa de Lula, que argumenta que o instituto não chegou a ser construído e o apartamento era alugado pelo ex-presidente desde que ele ocupava o cargo.