Do UOL
O ex-assessor parlamentar e ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genú, preso em Brasília nesta segunda-feira (23) durante a 29ª fase da Operação Lava Jato, continuou praticando os mesmos crimes pelos quais era responsabilizado durante o julgamento do mensalão, segundo as investigações.
“Mesmo tendo sido responsabilizado [no julgamento do mensalão], mesmo durante essa fase que ele estava sendo condenado pela maior Corte do Brasil, como um verdadeiro deboche à Justiça, ele [Genú] continuava praticando os mesmos crimes e recebendo propina até o ano de 2013”, afirmou o delegado da Polícia Federal Luciano Alves de Lima. “Comprovadamente, pelo menos de 2005 a 2013, esse cidadão vinha recebendo propina”, acrescentou.
Na investigação do mensalão, Genú foi acusado de sacar cerca de R$ 1,1 milhão de propinas em espécie das contas da empresa SMP&B Comunicação, controlada por Marcos Valério, condenado por ser o operador do esquema.
“No mensalão, Genú foi condenado porque sacou R$ 1 milhão. Na Lava Jato, temos mais de R$ 7 milhões em pagamentos de propina para ele, que assessorava um dos principais criadores desse esquema, que foi o deputado Janene”, disse o delegado.
Genú foi assessor do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010. Janene foi apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, delatores da operação Lava Jato, como um dos políticos que atuaram no esquema de pagamento de propina envolvendo a estatal.
O ex-parlamentar também foi denunciado por participação no esquema do mensalão, mas morreu antes de ser julgado.