
Zeca Dirceu diz que solicitação da PGR para investigá-lo é descabida
Narley Resende
04 de outubro de 2016, 10:25
Narley Resende, com colaboração de Fernando GarcelO Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz federal Sérgio Moro, ..
Narley Resende - 04 de outubro de 2016, 11:10
O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz federal Sérgio Moro, titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, a transferência do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana. O executivo já condenado na Operação Lava Jato está preso na Superintendência da PF, em Curitiba, desde o dia 5 de setembro, quando foi detido pela segunda vez.
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Não há no processo uma justificativa do MPF para o pedido de remoção. Sérgio Moro disse em despacho que considera as manifestações anteriores do MPF e da defesa e determinou o prazo de cinco dias para transferência.
O empresário estava em liberdade provisória e foi alvo de um mandado de condução coercitiva, na Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país. Para o MPF, há provas de que o empresário agiu para obstruir as investigações e por isso ele acabou preso novamente.
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O ex-presidente da OAS é réu em nova ação por supostamente por ter beneficiado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um tríplex no Guarujá, no litoral paulista, reformado e parcialmente mobiliado, e com o pagamento pela armazenagem do acervo presidencial, num total de R$ 3,7 milhões.
Na denúncia, os procuradores do MPF atrelaram o valor ao pagamento de propina da Petrobras nas obras das refinarias Presidente Vargas (Repar) e Abreu e Lima (Rnest).
Em agosto do ano passado, o empresário foi condenado em um processo da Operação Lava Jato, a 16 anos e 4 meses de cadeia. Com uma delação cancelada, Pinheiro ainda é réu em outras duas ações na Lava Jato e respondia aos processos em liberdade provisória.
Ele voltou para a cadeia na segunda-feira da semana passada. O pedido de prisão preventiva foi apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) e afirma que o executivo é um criminoso habitual.
O MPF lembra que Léo Pinheiro está envolvido vários tipos de crimes em contratos da Petrobras, do Metrô de São Paulo e da Arena Fonte Nova – estádio da Copa do Mundo de 2014.
O MPF também relata que, mesmo com a Operação Lava Jato em andamento, o empresário corrompeu o ex-senador Gim Argello (ex-PTB/DF) e teria oferecido propina para atrapalhar as investigações. A primeira prisão de Léo Pinheiro ocorreu durante a 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014.
Transferências
Nessa segunda-feira, Moro aceitou o pedido do delegado da PF Igor Romário de Paulo e autorizou a transferência do ex-assessor de Antonio Palocci, Branislav Kontic, para o mesmo presídio.
Também estão presos no Complexo Médico-Penal o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), entre outros investigados e condenados pela Operação Lava Jato.