Professores encerram greve de fome após 7 dias, mas mantêm agenda de mobilização

Professores e educadores acampados em frente ao Palácio Iguaçu desde a quinta-feira passada (19) decidiram encerrar a gr..

Professores e educadores acampados em frente ao Palácio Iguaçu desde a quinta-feira passada (19) decidiram encerrar a greve de fome após sete dias. Em assembleia realizada na tarde de hoje (26), os profissionais aprovaram uma agenda de mobilizações contra o secretário estadual da Educação, Renato Feder, e o governador Ratinho Junior (PSD).

O ponto central do novo desentendimento entre servidores públicos e o governo estadual está ligado ao PSS (Processo de Seleção Simplificado) para a contratação de cerca de 4 mil professores para o ano letivo de 2021.

O governo abriu edital e quer aplicar uma prova para os docentes. Mais de 47 mil candidatos se inscreveram para o processo seletivo, de acordo com a Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte).

Professores e educadores contestam a aplicação da prova. O servidores argumentam que o PSS deve movimentar 100 mil pessoas, entre candidatos, aplicadores de prova e demais envolvidos, configurando risco à saúde pública em tempos de pandemia de coronavírus. Nesta quinta (26), o Paraná bateu um novo recorde de casos em 24h ao confirmar 4.404 casos e 64 mortes.

Os profissionais também ponderam que a aplicação de provas presenciais deveria se restringir aos concursos públicos para cargos efetivos. O PSS é para vagas temporárias e vale por apenas um ano, sem garantia de contratação e carga horária mínima, mesmo para os aprovados. Os candidatos pagaram até R$ 105 pela inscrição.

Diante da negativa do governo em recuar da proposta inicial, professores e educadores ocuparam a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) no dia 18 de novembro. Eles pediam que deputados intermediassem o diálogo.

O Legislativo disse que o tema é de responsabilidade exclusiva do Executivo. O governo do Paraná disse que “não negocia com sindicato que não respeita as instituições democráticas”.

O servidores desocuparam o prédio da Alep na manhã seguinte, quando teve início a greve de fome, encerrada nesta tarde.

Em assembleia-geral, professores e educadores do Paraná aprovaram uma agenda de medidas contra o governo. Uma das pautas pede a revogação do edital de PSS que prevê a prova presencial para 47 mil candidatos no dia 13 de dezembro.

A APP-Sindicato, que representa a categoria, também alega que o PSS deve causar o desemprego de aproximadamente 20 mil profissionais. Atualmente, cerca de 30 mil professores e educadores estão contratados via processo seletivo simplificado, e a Seed deve contratar apenas 4 mil profissionais.

Segundo a categoria, o governo do Paraná usa o PSS de forma indevida, tratando como temporários profissionais que atendem a uma demanda permanente. Por isso, pede a realização de concursos públicos para cargos efetivos.

Na assembleia, foi aprovado o estado permanente de greve, com expectativa para nova mobilização e possível paralisação no início do ano letivo de 2021.