Pouco mais de R$ 67 milhões em propinas foram repatriados pela Operação Lava Jato em meio às investigações sobre esquemas de corrupção na Petrobras. O dinheiro havia sido desviado de um contrato da estatal com o Grupo Odebrecht.
De acordo com o MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná), que confirmou as informações nesta quinta-feira (18), os valores pertenciam a três alvos condenados na 51.ª fase da Lava Jato.
Somente neste núcleo da operação eram investigados US$ 825 milhões em propinas pagas por contratos firmados em 2010. Entre os possíveis beneficiários dos desvios da Petrobras estava o ex-presidente Michel Temer (MDB).
Aluísio Teles Ferreira Filho e Ulisses Sobral Calile eram funcionários de carreira da Petrobras. O terceiro condenado, Mário Ildeu de Miranda, foi apontado como um operador financeiro que atuava em Porgual.
Os três condenados confessaram os crimes. Eles renunciaram espontaneamente aos valores depositados em contas-correntes mantidas por eles em bacos suíços.
Ao todo, o montante que retorna ao Brasil é de R$ R$ 67.051.695,52. Por meio de nota enviada nesta quinta-feira (18), a força-tarefa da Lava Jato no MPF-PR afirma que os valores retornarão aos cofres públicos.
Balanço dos valores repatriados
Em nota, o MPF-PR afirma que mais de R$ 13 bilhões foram repatriados no decorrer dos cinco anos da Operação Lava Jato. A maior parte deste valor é resultante de acordos de delação premiada e leniência.
O dinheiro recuperado em 2019 soma R$ 1,5 bilhão. Neste ano, a força-tarefa já apresentou 14 denúncias — em média, foram dois pedidos de abertura de ação penal por mês.
Entre os acusados do primeiro semestre estão o presidente nacional do MDB, Romero Jucá; o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB); e o empresário Paulo Vieira Souza, apontado como operador de propinas do PSDB paulista.