
José Dirceu deve apelar da segunda condenação na Lava Jato
Fernando Garcel
13 de março de 2017, 17:38
O juiz federal Sérgio Moro admitiu, em despacho divulgado na tarde desta segunda-feira, que houve falha na implementação..
Roger Pereira - 13 de março de 2017, 18:03
O juiz federal Sérgio Moro admitiu, em despacho divulgado na tarde desta segunda-feira, que houve falha na implementação do sigilo nos depoimentos de Emílio Alves Odebrecht e Márcio Faria da Silva, delatores da Odebrecht na Lava Jato. Segundo o magistrado, o sistema eletrônico da da Justiça Federal do Paraná não preservou o sigilo apesar da anotação do servidor da Justiça e os vídeos ficaram disponíveis por cerca de dois minutos, tempo suficiente para serem acessados por terceiros, inclusive veículos da imprensa.
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Para o magistrado, acesso e publicação dos conteúdos dos depoimentos ocorreram fora do processo, não cabendo nenhuma providência de sua parte. “Quanto ao que ocorre fora do processo, com a divulgação dos vídeos pela imprensa, não cabe a este Juízo providências, já que não estão obrigados à manutenção do sigilo, prevalecendo a liberdade de imprensa”, despachou.
O magistrado ainda ponderou que o conteúdo dos depoimentos de Emílio Alves Odebrecht e Márcio Faria da Silva restringiu-se ao objeto específico da presente ação penal “e nada, diga-se nada, em seu conteúdo tem o condão de colocar em risco, em qualquer hipótese, qualquer investigação perante este Juízo ou qualquer outro, inclusive perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal”. Moro deixou claro, ainda que, nos depoimentos, nada se tratou acerca de investigados ou acusados com foro por prerrogativa de função.
“Quando, provavelmente em breve, o sigilo perante o Supremo Tribunal Federal sobre os depoimentos no acordo de colaboração dos executivos da Odebrecht for levantado, igualmente levantarei formalmente o sigilo sobre os aludidos vídeos neste feito”, concluiu o juiz.