
Executivos da Odebrecht dizem ter pagado R$ 100 milhões a Mantega
Narley Resende
21 de agosto de 2016, 15:39
Da BandNews CuritibaO Ministério Público Federal (MPF) aponta que a jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-presidente da ..
Mariana Ohde - 22 de agosto de 2016, 10:08
Da BandNews Curitiba
O Ministério Público Federal (MPF) aponta que a jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está ligada ao esquema criminoso que atuava na Petrobras. A manifestação, entregue à Justiça Federal do Paraná, é uma resposta dos procuradores a um pedido da defesa dela. Os advogados de Cláudia Cruz contestam a competência da 13.ª Vara Federal de Curitiba para julgar o caso e querem retirar o processo das mãos do juiz federal Sérgio Moro.
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Segundo a defesa da jornalista, não há conexão entre a jornalista e os crimes de formação de cartel, pagamento de propina e lavagem de dinheiro investigados na Operação Lava Jato. Ao argumentar que os crimes pelos quais Cláudia Cruz responde não têm relação com o esquema de corrupção da Petrobras, os advogados apontam que esta ação penal não deveria tramitar em Curitiba.
No caso, o processo deveria ser transferido para o Rio de Janeiro – local onde os crimes foram cometidos. Mas esta não é a posição do Ministério Público Federal. Os procuradores apontam que os crimes investigados foram cometidos em um contrato da Petrobras para a exploração de petróleo na República do Benin, na África. Segundo o MPF, esse contrato foi celebrado mediante pagamento de propina para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.
O pagamento ilícito foi feito por meio de depósitos em contas secretas no exterior, em bancos da Suíça. Parte dos valores transitou por contas em nome da esposa do político – e por esse motivo Cláudia Cruz responde criminalmente por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Os procuradores ainda apontam que a jornalista foi beneficiária do esquema ao usar esse dinheiro para “pagar cartão de crédito e bancar compras de luxo que fazia no exterior”.
Ao concluir a manifestação sobre a “exceção de incompetência”, o Ministério Público Federal recomenda que a Justiça rejeite o pedido da defesa e mantenha os autos na 13.ª Vara Federal de Curitiba. Os documentos foram divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo.