
Fruet sai da campanha com mais de R$ 1,5 milhão de dívidas
Roger Pereira
04 de outubro de 2016, 19:49
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a derrota do PT em diversas cidades do país nas eleições deste ano. ..
Mariana Ohde - 05 de outubro de 2016, 07:21
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a derrota do PT em diversas cidades do país nas eleições deste ano. Segundo ele, o resultado é próprio da democracia, que prevê alternância de poder.
“Uma eleição você ganha, outra você perde. Democracia é isso. Se tivesse escrito que o PT não pudesse perder nunca, eu não ia criar um partido político. É uma disputa. Quem perdeu em 2012, ganhou agora. Quem ganhou agora pode perder em 2018. Essa é a beleza da democracia. É a alternância de poder. A troca de pessoas que governam”, disse Lula.
O ex-presidente participou, na noite dessa terça-feira (4), do 2º Encontro da Industriall Global Union, um encontro internacional que reuniu cerca de 1.500 sindicalistas, de 101 países, no Rio.
O PT perdeu espaço em todo o Brasil e também no Paraná - de uma maneira ainda mais intensa que no cenário nacional.
No estado, o partido, que elegeu 40 prefeitos em 2012, venceu em apenas 10 cidades neste ano, caindo da segunda posição no ranking das legendas com mais prefeitos para a 11ª.
Ao final do encontro, Lula falou com os jornalistas e comentou também a iniciativa de se fazer reforma na Previdência.
“Toda vez que tem uma crise econômica, as pessoas conservadoras que dirigem o país começam a falar em corte, em perda de direito, em reforma da aposentadoria. Nunca se fala em reforma da aposentadoria quando a economia está crescendo. Somente quando está em crise se fala nisso, como se fosse a aposentadoria a culpa da crise.”
Para o ex-presidente, não é justo equiparar as idades de aposentadoria de homens e mulheres. “Passar para 65 anos, igualando mulher e homem, é esquecer que a mulher às vezes tem tripla jornada de trabalho”.
Lula criticou a possibilidade de votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos, inclusive em áreas como educação e saúde.
“Eu acho que o movimento sindical vai ter uma briga muito séria, porque a PEC 241, que congela investimentos em saúde e educação, é uma coisa seríssima. Porque não é possível melhorar a educação e a saúde sem investimentos", disse.
Sobre as reformas na legislação trabalhista, Lula disse que algumas coisas podem ser mudadas, mas outras devem permanecer como estão para proteger o trabalhador.
“É preciso adequar e modernizar aquilo que já está superado na CLT , porque ela é de 1943. Pode ter coisa que precisa ser atualizada. O que não se pode prescindir é da proteção que a CLT dá aos chamados setores mais fragilizados do mundo do trabalho, os sindicatos mais fracos, mais pobres. Ela tem que ser mantida", afirmou.
Lula se mostrou contrário à privatização de empresas públicas e disse que isto é um problema que deveria incomodar o país. “Deve incomodar ao Brasil. Um governo que acha que só vai resolver os problemas vendendo o que tem é como o marido que fica desempregado e a primeira coisa que faz, ao invés de procurar outro emprego, é propor à mulher vender a cama, vender a geladeira, a televisão", criticou.