Vacinas contra covid-19 no Paraná devem acabar em 48 horas, diz Ratinho Junior

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou nesta quarta-feira (20) que as primeiras vacinas disponíveis contr..

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou nesta quarta-feira (20) que as primeiras vacinas disponíveis contra a covid-19 devem acabar em 48 horas. Não há previsão de quando novos lotes serão disponibilizados pelo governo federal.

O Estado dispõe de 265.600 doses da CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. As vacinas foram distribuídas nesta terça-feira (19) para as 22 regionais de saúde, que iniciam a campanha nas 1.850 salas de vacinação do Paraná.

“Diferente dos países europeus e dos Estados Unidos, o Brasil tem uma expertise em vacinação em massa. Isso é muito tradicional, os profissionais de saúde estão muito acostumados. Na Europa e nos EUA as pessoas têm que pagar, não existe essa política pública. Como é um procedimento muito rápido, a gente acredita que em 48 horas, todos esses profissionais de saúde vão estar vacinados”, diz o governador do Paraná.

Em entrevista à BandNews FM Curitiba, Ratinho Junior afirmou que o Paraná seguirá as diretrizes do Ministério da Saúde. A expectativa é de que a Anvisa autorize uma nova remessa de 4 milhões de doses produzidas pelo Instituto Butantan, embora o número, novamente, seja insuficiente para atender a demanda.

RATINHO JUNIOR EVITA CRÍTICAS AO GOVERNO FEDERAL

Alinhado com Jair Bolsonaro (sem partido), o governador do Paraná evitou fazer críticas à condução do governo federal no combate à pandemia do coronavírus. Sobre a falta de expectativa para a chegada de insumos vindos da China e da Índia, Ratinho Junior disse esperar que a crise diplomática seja resolvida o mais rapidamente possível.

“Existe uma questão diplomática a ser resolvida ainda, que a gente torce e espera que aconteça o quanto antes, que é pela matéria-prima para fazer as demais vacina em massa, que vamos dizer que é a farinha do pão”.

Sem citar diretamente o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o chefe do Executivo paranaense criticou o que ele classificou como “politização da pandemia”. Ele fez críticas veladas àqueles que assumiram o protagonismo na condução das negociações para vacinas.

“Sempre procurei tratar, desde o início, a pandemia de forma técnica e planejada, não procurei ficar me expondo ou querendo fazer disso uma novela brasileira para tentar se promover em cima da doença. Pode ser que eu esteja errado, é um ponto de vista meu. Mas eu não concordo com isso, acho que tivemos alguns atores políticos que acabaram fazendo uma plataforma política e um programa eleitoral. Sempre busquei evitar isso, é o estilo de cada um”, disse Ratinho.

“É importante registrar que o Ministério da Saúde, pelo menos no relacionamento com o Paraná, nunca nos deixou de faltar o apoio necessário”, completou.

Ratinho Junior (dir.) ao lado do ministro Eduardo Pazuello.(Rodrigo Félix Leal/AEN)

O Paraná reservou R$ 200 milhões do orçamento de 2021 para a compra de vacinas. No entanto, segundo o governador Ratinho Junior, quem deve conduzir e liderar o processo é o Ministério da Saúde. O Estado chegou a acompanhar as negociações federais com laboratórios como Pfizer e Moderna, mas não há expectativa de que o negócio se concretize de forma independente:

“A política pública de vacinação no Brasil é comandada pelo governo federal, isso historicamente, há 40 ou 50 anos. Temos que acompanhar esse programa de imunização nacional, aonde o Ministério da Saúde tem feito essas tratativas, para que a gente possa ter um cronograma acompanhando os outros estados”, disse.

PARANÁ NÃO DESISTIU DA VACINA RUSSA SPUTNIK V

Sobre a perda do protagonismo do Paraná para a viabilização da Sputnik V no Brasil, o governador minimizou o episódio e afirmou que o acordo com o Instituto Gamaleya de Moscou se restringe à cooperação científica. Segundo Ratinho Junior, o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) tem uma capacidade limitada de produção de vacinas, mas pode colaborar no futuro;

“Não houve uma desistência. Existe ainda todo o protocolo assinado com o laboratório Gamaleya. Qual é a diferença: o Tecpar, diferente do Butantan e da Fiocruz, não tem um parque fabril de produção em massa. O Tecpar é um laboratório científico, mas ele não tem essa fábrica de vacina de um milhão de doses. Ele tem uma fábrica que já faz uma prestação de serviço ao Ministério da Saúde”, completou.

Ratinho Junior concluiu afirmando que a Secretaria de Estado da Saúde mantém vigilância sobre a escalada da pandemia no Paraná e não descarta renovar as medidas restritivas no Paraná, como toque de recolher noturno e a proibição da venda e consumo de bebidas alcoólicas durante as madrugadas.