Foto: Cido Marques

Os candidatos e as intermináveis e desgastantes “lives”

Não deve ser difícil ser candidato prefeito ou vereador nos dias de hoje, com a covid-19 batendo à porta. É só f..

Não deve ser difícil ser candidato prefeito ou vereador nos dias de hoje, com a covid-19 batendo à porta. É só ficar em casa, ao lado da família, distribuindo “lives” para todo o mundo como se esses pronunciamentos, feitos na sala, na cozinham no jardim e no home office, fossem salvar o país, a cidade ou quem sabe o mundo.

Embora reconheçamos que existem algumas propostas sérias nessas “lives”, a maioria serve mesmo para o candidato se mostrar na telinha do fecebook, instagran e de celulares. É uma enxurrada de “lives” e, se analisar bem, são piores que as medonhas e enfadonhas propagandas políticas oficiais no rádio e na TV.

Outro desgaste é o tal do debate na televisão. Antes, quando existiam cinco ou seis candidatos e os produtores responsáveis pelos debates poderiam escolher quem iria participar era mais fácil conduzir os trabalhos. Hoje, a briga começa nos bastidores dos partidos amparados pela lei eleitoral. Todos querem participar e não há espaço suficiente para isso.

Ou seja, como nas “lives”, a maioria dos candidatos acha que tem, na ponta da língua, as soluções para a cidade a partir de críticas a gestores anteriores, além de propostas salvadoras a pátria.

Isso levou o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, hoje internado com covid-19, a desistir do debate preparado pela Band TV. É lamentável que ele, como atual gestor da cidade não participe do encontro, mas estrategicamente, ele tem razão, pois está bem nas pesquisas, por que o desgaste?

O mais desgastante ainda é que os candidatos – principalmente os a prefeitos – não evoluíram nada. Continua no mesmo tripé: saúde, educação e segurança pública.

A área da saúde, com a pandemia, virou a bola da vez. Levantamento do Paraná Pesquisa mostra que a Saúde é o tema que eleitores mais gostariam que candidatos a prefeito debatessem na campanha.

O tema é citado por 37,8% dos entrevistados. Em seguida está o tema Emprego (11,1%) e a Educação (8%) em terceiro. Segurança (6,3%) e Renda/Economia (5,6%) fecham o “Top 5” dos temas mais importantes para o eleitor. O Paraná Pesquisas ouviu 2.008 brasileiros em 232 municípios do país, entre os dias 21 e 24 de setembro.

Os temas saúde, educação, segurança pública, entre outros, deveriam ser apenas citados como obrigação de um gestor público e não como esperança à população de que, se for eleito, na haverá pessoas nas filas de unidades de saúde pública, o que é uma mentira, pois sempre haverá devido ao aumento da demanda.

Jamais um candidato pode afirmar que acabará com a violência e criminalidade. O que ele pode e deve é reduzir, através de ações preventivas, com aumento do efetivo e compra de equipamentos de defesa, além de investimentos em pesquisas científicas. Educação, minha gente, é um caos no país.

Hoje, um candidato a prefeito de qualquer município deve formular um plano de governo – bem estudado – que priorize a geração de emprego e renda. Um plano de governo que invista pesado na área de saneamento básico – ai inclui-se a saúde – e mobilidade urbana para que as pessoas se desloquem com mais facilidade e segurança ao trabalho.