
Servidoras envolvidas em fraude na UFPR são presas, mas têm salários mantidos
Andreza Rossini
15 de fevereiro de 2017, 15:56
As investigações da Polícia Federal acerca do desvio de R$ 7,3 milhões em falsas bolsas de estudo e de pesquisa na insti..
Roger Pereira - 15 de fevereiro de 2017, 19:33
As investigações da Polícia Federal acerca do desvio de R$ 7,3 milhões em falsas bolsas de estudo e de pesquisa na instituição vão muito além das servidoras Tânia Maria Catapan, secretaria executiva da pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação da UFPR, e Conceição Abadia de Abreu Mendonça, chefe do setor de orçamento e finanças, presas nesta quarta-feira. Entre os 73 mandados de judiciais cumpridos na Operação Research, estão a condução coercitiva de ex-pró-reitores, ex-diretores e, até da atual vice-reitora da universidade.
Eleita no ano passado vice-reitora na chapa do reitor Ricardo Marcelo Fonseca, Graciela Inês Bolzon de Muniz, coordenadora de pesquisa da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da universidade no período investigado pela PF (entre 2013 e 2016) chegou a assinar documentos em substituição ao pró-reitor e foi levada, nesta quarta-feira, pela PF, para dar explicações.
Também foram conduzidos coercitivamente pela PF o ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Edilson Sergio Silveira, a ex-pró-reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças Lucia Regina Assumpção Montanhini, a ex-diretora de Administração Financeira Guiomar Jacobs, o ex-diretor de Contabilidade Geral Julio Cezar Martins e o ex-diretor Administrativo Financeiro André Santos de Oliveira.
Segundo as investigações, Graciela Inês Bolzon de Muniz assinou as autorizações de pagamento certificando o cumprimento de formalidades legais, bem como autorizações de pagamento de auxílios bolsa em 222 processos; Lucia Montanhini figurou como ordenadora dos pagamentos e assinou autorizações de pagamento do auxílio bolsa em 9 processos; Guiomar Jacobs, responsável pela verificação dos atos de empenho e de liquidação; assinou 102 processos. Já André Santos de Oliveira assinou 96 processos de concessão de pagamentos.
http://paranaportal.uol.com.br/policial/fraude-na-ufpr-pagou-r-75-milhoes-em-bolsas-para-pessoas-sem-ensino-superior/
Por meio da assessoria de imprensa, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) esclareceu que apoia e tem interesse nas investigações da Operação Research, deflagrada nesta quarta-feira (14) pela Polícia Federal (PF) para investigar fraudes no pagamento de bolsas na instituição. A universidade diz que é a responsável por encaminhar a denúncia à PF e que investigava internamente o caso desde dezembro de 2016.
A PF cumpriu 73 mandados, 29 de prisão temporária, oito de condução coercitivas e 36 de busca e apreensão. Entre os presos estão Tânia Maria Catapan, secretaria executiva da pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação da UFPR, e Conceição Abadia de Abreu Mendonça, chefe do setor de orçamento e finanças. Elas são os principais alvos da operação. No despacho que autoriza a prisão, consta que “há indícios substanciais, portanto, de autoria delitiva direta em relação às servidoras públicas federais Conceição Abadia de Abreu Mendonça e Tânia Maria Catapan quanto aos desvios de recursos públicos objeto de investigação. A esta altura vale a pena recordar que Conceição Mendonça anteriormente já foi denunciada pelas práticas no ano de 2008 dos crimes capitulados nos arts. 312 do CP (peculato) e no art. 89 da Lei nº 8666/93 (fraude em procedimento licitatório)”
“A Universidade Federal do Paraná tomou todas as providências cabíveis para esclarecer os fatos e responsabilizar os eventuais envolvidos. Com o resultado da investigação, a UFPR solicitará a restituição dos valores ao erário”, diz a instituição.
Confira a nota da UFPR na íntegra:
Diante da operação deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, a Universidade Federal do Paraná informa:
1.As suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na UFPR desde dezembro de 2016, quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal.
Outra versão
Em entrevista coletiva, João Manoel Dionísio, do Tribunal de Contas da União (TCU), não confirmou que a denúncia tenha sido feita pela universidade e disse que a irregularidade foi descoberta em auditoria realizada para outros fins. “Já houve uma suspeita em um trabalho anterior, o que motivou a gente a incluir um plano. Ou seja, não foi algo do nada. A gente já incluiu no plano um trabalho de auditoria e, ao começar a auditoria, que tinha outras finalidades, a gente descobriu isso. No momento em que se descobre algo tão grave, a gente para só para apurar o que é grave”, explicou.