Ratinho Junior é aliado, mas não capacho e mostra independência

Aos poucos o governador paranaense, Ratinho Junior, vai soltando as amarras que o engessou ao presidente Jair Bolsonaro, desastroso em relação à crise sanitária e agora provoca outra crise ao incendiar os quartéis. Ratinho Junior tem recebido todas as atenções do Palácio do Planalto e conta com um parceiro forte do governo federal que é a Itaipu Binacional, empresa que vem realizando obras na região Oeste do Estado. Ratinho Junior não é capacho.

O governador também acompanha os descontentamentos da população com Bolsonaro que vê sua popularidade desandar. Ratinho Junior precisa governar ao lado dos parceiros dos estados. Não pode ficar sozinho e sabe disso. Ele é alinhado de Bolsonaro desde a campanha, mas discorda das ações do presidente em relação à pandemia.

Nesta terça-feira (30), Ratinho Junior saiu da curva ao ressaltar, em entrevista a uma rádio, que “ser aliado não quer dizer que você é capacho, não quer dizer que você concorda com 100% das coisas que seu parceiro pense. Eu tenho o dever, inclusive, de pensar diferente em uma série de questões”.

A declaração do governador caiu como rastilho de pólvora nas redes sociais, pois esta foi a primeira vez, em dois anos, que Ratinho Junior se posiciona contrário às ações de Bolsonaro na crise sanitária, embora tenha, também, assinado carta dos governadores que decidiram declarar toque de recolher.

“Eu tenho um bom alinhamento com o governo federal e com o presidente Bolsonaro. Essa modelagem política de ficar criando rusga e briguinha para sair na internet e na imprensa não faz parte da minha maneira de fazer política. Sou obrigado a fazer diferente porque venho de uma safra nova, tenho a obrigação de tentar implantar uma nova modelagem”, fulminou.

No Centro Cívico, as declarações de Ratinho Junior foram consideradas corajosas por membros da oposição na Assembleia Legislativa e prudentes nos corredores do Palácio Iguaçu. Enfim, uma postura independente quando se trata de salvar vidas.