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Se ficar o bicho come. Se correr a encruzilhada de Bolsonaro com orçamento

 Em reunião na terça-feira à tarde no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira diss..

 

Em reunião na terça-feira à tarde no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira disse ao presidente Jair Bolsonaro que o governo corre sério risco de perder a base de apoio caso vete o projeto do Orçamento e não conseguirá mais aprovar nenhuma matéria no Congresso, incluindo as reformas Administrativa e Tributária. Diante deste alerta que tem gosto de ameaça, Bolsonaro terá que optar em ficar com o Congresso Nacional ou com seu ministro da Economia, Paulo Guedes, já que Guedes voltou a defender o veto com o argumento de que Bolsonaro pode cometer crime de responsabilidade, que poderia acabar desembocando num processo de impeachment. Guedes, mais uma vez, chegou a colocar o cargo à disposição, mas não foi levado a sério.

A aprovação do Orçamento é fundamental para o País fazer frente às despesas, principalmente com a pandemia. Lira teria tranquilizado Bolsonaro dizendo que ele não cometerá nenhum crime de responsabilidade ou pedalada fiscal, caso sancione o Orçamento, porque o texto foi aprovado pelo Congresso, e não executado pelo governo. Na avaliação do presidente da Câmara, o governo pode corrigir os “excessos” e garantir o pagamento das despesas obrigatórias, como a da Previdência, ao longo do ano. Tem instrumentos para isso, como bloqueios do Orçamento ou remanejamentos.

Aliados do Centrão argumentam que, se o presidente vetar o texto, passará a ter problemas que não enfrenta hoje, como a falta de uma base no Congresso no momento em que sua popularidade está em queda e há uma centena de pedidos de impeachment na gaveta. Além disso, há uma CPI da Covid chegando. “Você não tem um problema hoje, mas passará a ter”, disse Lira a Bolsonaro, ao seu estilo, sem meias-palavras.