Pedro Ribeiro

Alceo Rizzi

Lideranças políticas rejeitam a possibilidade de submeter o presidente a processo de impedimento pelo Congresso, com argumento de que o afastamento criaria crise institucional e contribuiria para agravar o clima de instabilidade do País, em meio ao caos sanitário da pandemia. Mas aceitam com passividade e leniência que a presidência que gerou toda essa calamidade sanitária com seu comportamento de sabotagem as medidas preventivas, tente a todo momento desestabilizar ainda mais o País, como acontece agora com a crise criada no meio militar diante da renúncia do Ministro da Defesa e do afastamento dos comandantes das três Armas. Como se a inépcia, a falta de empenho no combate à pandemia, a rejeição à compra de vacinas que hoje faltam para imunizar a população, os constantes ataques contra a democracia, as provocações as instituições e os mais de 310 mil brasileiros mortos pela pandemia, em grande parte por sua incúria criminosa, fossem aceitáveis e não causasse instabilidade, não fossem motivos para seu afastamento. A cada dia que passa, ele e sua confraria continuarão apostando no quanto pior, melhor, para que se estabeleça o caos absoluto, como um meio de tentar chegar ao fim de seu mandato. Lá atrás, por razões distintas, sem crise sanitária, mas pelos mesmos argumentos, pouparam a presidência no caso do Mensalão, o que talvez tivesse evitado de país estar hoje nas mãos da ignorância delinquente, não importa quem estava no cargo ou deixasse de estar. Era, já na época, questão de princípio, de ética basilar na condução do Estado como também é agora, ainda mais grave diante das vidas que se perdem pela doença da pandemia e pelo desequilíbrio já fora de controle de um paranoico e psicótico presidente. Não há instabilidade institucional maior que a permanência dele no cargo.

 

Alceo Rizzi é jornalista