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A fome, orçamento secreto e fundo partidário

A fome, orçamento secreto e fundo partidário

Quem da as cartas no País é o Congresso Nacional. O leitor tem que observar isso. O presidente da República está nas mãos do Congresso.

Pedro Ribeiro - domingo, 2 de outubro de 2022 - 13:33

Nestas eleições, onde o vencedor, em primeiro lugar, é a democracia, vimos uma população interessada no acompanhamento da política nacional e regional, mostrando a cara, o que revela uma insatisfação da sociedade em relação às gestões públicas dos executivos e legislativos. 

Embora o foco das eleições tenha se concentrado na polarização entre Bolsonaro e Lula, é preciso voltar as atenções para o Congresso Nacional, instituição que, ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF), efetivamente controla o país. Caso mais evidente foi a participação pré-campanha eleitoral, do “centrão”.

É o Congresso Nacional que dá a última palavra. É ele que comanda o orçamento, que faz as leis, que aprova recursos para este ou aquele estado, enfim, comanda tudo. Tudo depende de interesses da maioria.

Esta semana, o senador Alvaro Dias fez um desabafo sobre os projetos que o Senado Federal aprova e que vão para a Câmara  e diretamente para as gavetas. Um deles é do foro privilegiado, onde existem 55 mil servidores “autoridades” que não podem ser penalizadas por causa de privilégios. Um atraso para o país, disse o senador. 

É no Congresso Nacional que são decididos os programas pra o desenvolvimento social e econômico do País. Dali saem os recursos para a educação, saúde, segurança pública, infraestrutura. 

Se existem hoje no país mais de 30 milhões de pessoas passando fome, podem ter certeza que grande parte disso é de responsabilidade do Congresso Nacional que não redirecionou recursos necessários a este importante setor que é o da insegurança alimentar, que atinge a camada mais fina da sociedade. 

Grande parte do chamado orçamento secreto que serviu para atender interesse de aliados políticos, poderia ter sido canalizado para a área social. Só que isto não da votos e, portanto, seu destino teve outro caminho. 

O mesmo aconteceu com o Fundo Eleitoral, onde bilhões de reais foram destinados pera partidos políticos ao invés de serem distribuídos para acabar com a fome dos brasileiros.

Portanto, o presidente da República, hoje, não passa de figura decorativa se não tiver o comando do Congresso Nacional. E para ter este comando, precisa dobrar os joelhos e, consequentemente, rezar na cartilha dessa turma. Infelizmente. 

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