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Bolsonaro admite “orçamento secreto” e descarta impeachment de Moraes

Bolsonaro admite “orçamento secreto” e descarta impeachment de Moraes

Bolsonaro admite que teve que se submeter ao parlamento e que as Forças Armadas vão analisar os resultados das eleições do dia 30

Pedro Ribeiro - sexta-feira, 21 de outubro de 2022 - 23:49

O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta sexta-feira, 23, em entrevista a um pool de empresas de comunicação, que teve que se curvar ao legislativo, após a criação do orçamento secreto que, segundo ele, não é secreto, institucionalizado durante a sua gestão. “O orçamento não é secreto, secreto é o nome dos parlamentares”, disse Bolsonaro na entrevista onde era para acontecer um debate com o ex-presidente Lula.

“Eu gostaria que esse recurso, mais R$ 19 bilhões, estivesse em minhas mãos. Se o (ex-ministro) Tarcísio (de Freitas) com R$ 6 bilhões fez muita coisa, imagine ele com três vezes mais recursos no tocante a isso. Então isso aí é uma questão que, por vezes, você é obrigado a se curvar para o Legislativo”, afirmou o presidente ao ser questionado pelo jornalista do Estadão Marcelo Godoy.

O presidente Bolsonaro criticou as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação à emissora Jovem Pan. “A preocupação deveria estar sobre o [ex-presidente] Luiz Inácio Lula da Silva. Nunca tomei nenhuma medida de força contra qualquer repórter no Brasil, tentar desmonetizar a página de quem quer que seja, mesmo quando prejudicado, não busquei atingir o que é a alma da democracia, que é a liberdade de imprensa”, afirmou o chefe do Executivo, mencionando que a decisão do Tribunal partiu de um pedido do Partido dos Trabalhadores.

Bolsonaro afirmou ainda que não pretende encabeçar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo caso reeleito. “Já entrei com pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes, mas o Senado não aprovou. Agora, temos um senado mais centro-direita, mas não tenho intenção de pedir o impeachment [novamente] e não tenho intenção de aumentar ministros”, disse.

Questionado sobre sua aceitação do resultado da eleição, Bolsonaro disse que isso estaria condicionado à análise do processo eleitoral feito por membros das Forças Armadas. “Os militares foram convidados na defesa eleitoral, se nada for encontrado, você não tem porque duvidar”, afirmou. O chefe do Executivo, no entanto, voltou a levantar dúvidas sobre o processo eleitoral, argumentando ter maior popularidade do que o adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Estadão).

 

 

 

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